Jornalista, escritor, artista plástico e documentário também, ex-militante da Ala Vermelha foi lembrado por companheiros. Fotos: Filipe Augusto Peres |
Celebração à memória de Alipio Freire contou com a presença de familiares, amigos companheiras e companheiros da Ala Vermelha, além de.comoanheiros de luta partidária, integrantes do MST, da Expressão Popular, Revista Teoria e Debate e Brasil De Fato e poetas vermelhos.
Por Filipe Augusto Peres
Nesta sexta-feira (22), na Oficina Cultural Oswald de Andrade, em São Paulo, familiares e amigos lembraram 1 ano da morte por Covid-19 do jornalista, escritor e artista plástico Alípio Freire. O ato contou com amigos, familiares, companheiros de luta e pessoas que, de alguma forma, tiveram a sua vida afetada pelo ex-combatente da Ala Vermelha.
O ato contou com muitos depoimentos emocionados, música e poesia, além de lembranças daquelas e daqueles que, de alguma forma, viveram ao lado de Alipio Freire.
Alipio Freire
Com o codinome Biu, Alipio Freire combateu a ditadura empresarial-militar brasileira o que o levou à prisão pela Operação Bandeirantes (OBAN). Após ter suportado por 3 meses as torturas e interrogatórios, inviabilizando qualquer possibilidade de informação por seus algozes, o jornalista ficou encarcerado de 1969 à 1974 no Presídio Tiradentes.
Ao sair do cárcere, Alipio se destacou como um jornalista contra-hegemônico. O escritor foi um dos organizadores do Luta Proletária e da Unidade Operária, jornais clandestinos que circularam durante a vigência da ditadura empresarial-militar no país. O jornalista também foi um dos responsáveis pela fundação da revista Sem Terra, do MST, e do Brasil De Fato. Por meio do Ateliê 22, Alipio Freire foi o idealizador da Confraria dos Poetas Vermelhos, grupo que se dedicava às artes em suas diversas formas (poesia, artes plásticas, audiovisual, fotografia etc.)
Sempre olhando para o presente sem deixar de conectá-lo ao passado recente de ditadura empresarial-militar ainda não resolvido pelo país, certa vez Alipio afirmou que
“É exatamente a impunidade dos criminosos de ontem que estimula, naturaliza, banaliza e torna impunes os crimes, chacinas e massacres do presente. Hoje esses mesmos crimes são cometidos contra a população de baixa renda das periferias das cidades; contra os trabalhadores rurais e camponeses pobres; estão presentes nas torturas e assassinatos nas sombrias salas de ‘interrogatório’ das delegacias e outros órgãos públicos do presente”.
No poema "Balanço", sem se lamentar, Alipio afirmou:Maiana Sipahi V. Freire |
Delmar |
Jonathan Constantino |
Na plateia, companheiros ligados à vida política tanto no campo partidário como na resistência contra a ditadura empresarial-militar se fizeram presentes. |
Na plateia, companheiros ligados à vida política tanto no campo partidário como na resistência contra a ditadura empresarial-militar se fizeram presentes. |
Felipe José Lindoso |
3 comentários:
Foi realmente uma tarde muito especial, falar do Alípio, ou Biu, é sempre muito enriquecedor, quantos facetas nesse mesmo homem... Alípio Freire presente!
Acolhedor e combativo!
Muita emoção e afeto.
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