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quarta-feira, 11 de maio de 2022

Câmara Municipal aprova indicação de escolas cívico-militares em Sertãozinho

O projeto de Indicação da Vereadora Edna Costa (PL) foi aprovado por 15 votos a favor e 2 votos contrários. Iniciativa ocorre sem debate com alunos, professores e comunidade.

Por Gabriel Cintra
Para o Blog O Calçadão, 11 de maio de 2022.   


A Câmara Municipal de Sertãozinho aprovou nesta segunda-feira, 09/05, projeto que indica ao executivo a implementação de escolas cívico-militares na Rede Municipal de Sertãozinho. A a Indicação nº 29/2022, da presidente da casa, a vereadora Edna Costa, PL, foi aprovada por 15 votos a favor e 2 votos contrários apenas os vereadores Firmo Leão (União Brasil) e Thiago Lira (Patriotas) votaram contra.

A responsabilidade do tema cabe ao executivo sendo assim, é a prefeitura que vai definir se adota a indicação ou não, mas o tema ganha força com a aprovação na Câmara Municipal.

Escolas cívico-militares

As escolas cívico-militares são uma mistura de uma escola tradicional e da militar. Sua responsabilidade é dividida entre a secretaria da educação e a secretaria de segurança pública: os pedagogos respondem pela gestão pedagógica e os militares e profissionais da área de segurança pelo administrativo e questões de conduta.

Em defesa da indicação, o vereador Renatinho (PV) diz se lembrar da educação moral e cívica, matéria implementada durante a ditadura militar para impor as doutrinas utilizadas pelos militares para justificar a repressão e suspenção de direitos políticos.

A própria defesa do projeto já expõe um dos principais problemas da indicação: as escolas cívico-militares retornam ao ensino sob a ótica autoritária, com pouco incentivo a liberdade de expressão dos estudantes e nenhum ao desenvolvimento do pensamento crítico.

Outro grave problema nessa votação foi a falta de diálogo com a sociedade sobre o tema. Para deliberar sobre um assunto tão sensível o mínimo que deveria ser feito antes da votação deveria ser uma audiência pública com a participação de especialista da área, alunos, pais e professores, dessa forma ampliando o debate para todos que serão afetados por essa indicação.

Recentemente vieram à tona casos de abusos de poder por parte dos militares contra os alunos, como no Paraná em que um policial ameaçou matar um aluno de 14 anos (link: https://www1.folha.uol.com.br/cotidiano/2021/09/policial-da-reserva-ameaca-matar-aluno-em-colegio-civico-militar-no-pr-diz-procuradoria.shtml)  ou como no Distrito Federal onde outro policial ameaçou “arrebentar” outro aluno (Link: https://noticias.r7.com/brasilia/policia-apura-caso-de-sargento-que-ameacou-arrebentar-aluno-de-colegio-civico-militar-no-df-10052022). Um subtenente foi preso em Franciso Beltrão- PR após cometer crimes sexual em uma escola  Cívico-Militar, (link: https://rbj.com.br/subtenente-aposentado-e-detido-acusado-de-crimes-sexuais-em-francisco-beltrao/) a recorrência de casos de abusos dos militares em escolas cívicos-militares mostra que não são casos isolados.


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