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quinta-feira, 26 de maio de 2022

Com o país passando fome, Plano Safra atende pedido de ruralistas e dará mais R$22 bilhões para aumentar exportações

 

Ministro Marcos Montes
Foto: Billy Boss/Câmara dos Deputados

Atual Ministro da Agricultura e Pecuária foi um dos líderes do Golpe de 2016

Atendendo o pedido da CNA (Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil), que pediu ao governo R$21,8 bilhões de subsídios direto do tesouro nacional para ajudar nos juros dos empréstimos de fazendeiros, o ministro da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Marcos Montes, disse que está negociando com a equipe econômica do governo um Plano Safra 2022/23 de pelo menos R$ 300 bilhões, com mais R$ 22 bilhões para equalização de taxa de juros. O total é 22,4% maior que o plano safra anterior.

Governo incentivará a produção para exportação

De acordo com o ministro, a ideia é aumentar a exportação. Ele destacou que em todos os encontros internacionais dos quais o ministério participa, os interlocutores sempre reforçam a necessidade externa de o Brasil manter e até aumentar a produção agropecuária para atender as necessidades dos exportadores.

Aumento do Plano Safra visa lucro dos exportadores e não solucionar a insegurança alimentar interna

O deputado Airton Faleiro (PT-PA) disse que o governo também deveria ter políticas que garantam a segurança alimentar interna: “Nós não podemos, num país com tanta fome, com tanta necessidade, trabalhar uma lógica de uma política de exportação sem ter uma política de produção de alimento voltada para o mercado local”, afirmou.

Alguns deputados criticaram a falta de estoques públicos de alimentos, principalmente no atual cenário de guerra e de alta da inflação. Mas para o ministro os estoques públicos são uma política ultrapassada. “Essa política de estoques, isso é ultrapassado. Estoque é quando o preço mínimo ainda predominava. Hoje não tem preço mínimo. O preço mínimo é bastante aquém do que é o preço de realidade”, observou Montes.

Velho conhecido da Bancada Ruralista, quem é Marcos Montes?

Antes de ser Ministro da Agricultura e Pecuária do governo Bolsonaro, Marcos Montes (PSD/MG) presidiu a Frente Parlamentar do Agronegócio que, durante o governo de Michel Temer (MDB) propôs a Lei da grilagem, a redução e parcelamento das dívidas dos ruralistas, além de uma Medida Provisória para alterar a lei sobre agrotóxicos.

Deputado dobrou o patrimônio

Em 2014 o deputado em terceiro mandato (já tinha sido eleito pelo PFL e pelo DEM) declarou um patrimônio de R$ 4,9 milhões. Ele informou possuir as Fazendas Mineira I e II, em Barra do Bugres (MT), no valor de R$ 426 mil, e as Fazendas Estação I e II, em Prata (MG), por R$ 1,37 milhão.

Em 2010 seu patrimônio era de R$ 2,3 milhões. Menos que a metade do declarado em 2014. Na época ele só possuía, entre os imóveis rurais, as fazendas no Mato Grosso. Em 2006 seu patrimônio era de R$ 1,7 milhão, já com os imóveis em Barra do Bugres.

Montes foi um dos líderes do impeachment da presidente Dilma Rousseff.

Fontes : Agência Câmara de Notícias/De olho nos ruralistas

Edição: Filipe Augusto Peres


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