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Imagem gerada a partir de foto dos escombros em Gaza |
Mas Gaza já arde,
já em estado de pedra e sal -
O gazeteiro fascista,
o gazeteiro fascista de peruca forjada,
sabedor da memória escarlate,
do sangue calcinado em milhares de corpos,
forjou à mídia:
se não for entendido
o inferno vai chegar a Gaza!
Mas Gaza já arde,
Gaza é pira
punhal e pranto petrificado pelo tempo
no peito e na carne
pelo sofrimento e extermínio- as lágrimas de seu povo -
já em estado de pedra e sal.
O peso da Palestina partida,
o peso da Palestina perfurada,
o peso da Palestina cercada à pólvora,
não adere a seu dicionário
o Império estilhaçado,
os séculos enterrados,
o tempo torcido em ferro e fogo
não adere a seu vocábulo.
No princípio do século,
já existia o verbo
e o verbo não era bom
mas o princípio do verbo matar,
mas o princípio do verbo exterminar.
Nos dias de pré-extermínio,
93% da população era árabe,
93% da população era Palestina,
contra apenas
7% da população judia.
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Veio Balfour,
e condenou a Palestina
em 1917.
Veio Balfour
e o selo imperial,
o açoite europeu,
a ocupação estrangeira
sentença sem juri
condenação armada com tiros e juros
do ódio sionista
condenação à servidão,
como sombra sobre a terra
Balfour.
A Liga das Nações
cravou no chão o jugo britânico,
fez do mandato a mordaça,
da mordaça o muro,
do muro
o princípio do massacre
e o verbo não era bom
calcado em hipócrita discurso deificado
(se fazendo de desentendido) disse
que o inferno vai chegar a Gaza
se seus desejos imperialistas não forem atendidos.
Gaza já arde,
pira em meio a poeira e escombros,
seu pranto se petrifica
em hipocrisia estrangeira,
em hipocrisia religiosa
na pedra-escombro
no sangue inocente
no sal.
Um comentário:
Maravilhoso 👏🏼 🇵🇸
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