Foto: Alan Santos |
Secretário-Geral destaca necessidade de respeito ao direito internacional e necessidade do fim da ocupação israelense sobre o território palestino
Na abertura da sessão de 2025 do Comitê sobre o Exercício dos Direitos Inalienáveis do Povo Palestino, no último dia 5 de fevereiro, o Secretário-Geral da ONU António Guterres fez um apelo contundente pela paz e pela resolução do conflito entre Israel e Palestina. Em seu discurso, ele ressaltou a necessidade de um cessar-fogo permanente, a libertação imediata de reféns e a ampliação da ajuda humanitária à população palestina.
“O exercício dos direitos inalienáveis do povo palestino diz respeito ao direito dos palestinos de simplesmente viverem como seres humanos em sua própria terra”.
Segundo o Secretário-Geral, esses direitos têm sido progressivamente negados, enquanto a comunidade internacional assiste a uma crescente desumanização da população palestina.
O líder das Nações Unidas condenou os ataques do Hamas de 7 de outubro, mas destacou que nada pode justificar a destruição massiva ocorrida na Faixa de Gaza nos últimos meses.
“As quase 50.000 pessoas — 70% delas mulheres e crianças — que foram mortas. A maior parte da infraestrutura civil de Gaza — hospitais, escolas e instalações de água — foi destruída”.
Diante da devastação, Guterrez afirmou que a ONU tem trabalhado para ampliar a assistência à população, que enfrenta fome, doenças e deslocamentos forçados sucessivos. O Secretário-Geral pediu que os Estados-membros e doadores financiem urgentemente as operações humanitárias e reforcem o apoio à Agência das Nações Unidas de Assistência aos Refugiados da Palestina (UNRWA).
Além do socorro imediato, António destacou que qualquer solução duradoura para o conflito exige a retomada do caminho para um acordo de dois Estados.
“Qualquer paz duradoura exigirá um progresso tangível, irreversível e permanente em direção à solução de dois Estados, o fim da ocupação e o estabelecimento de um Estado Palestino independente, com Gaza como parte integrante”.
A violência na Cisjordânia ocupada e em Jerusalém Oriental também preocupa a ONU. O Secretário-Geral alertou para o aumento dos ataques de colonos israelenses contra palestinos e foi enfático ao afirmar que a ocupação israelense deve terminar, conforme reconhecido pelo Tribunal Internacional de Justiça, posicionando-se contra a limpeza étnica em curso.
“O direito internacional deve ser respeitado e a responsabilização garantida. [...] É essencial evitar qualquer tipo de limpeza étnica".
Por fim, Guterrez destacou que a governança palestina precisa ser fortalecida e unificada, contando com o apoio da comunidade internacional para garantir a estabilidade da região. E exigiu o respeito à soberania da Palestina, assim como o fim da ocupação israelense nos territórios palestinos.
"Qualquer paz duradoura exigirá um progresso tangível, irreversível e permanente em direção à solução de dois Estados, o fim da ocupação e o estabelecimento de um Estado Palestino independente, com Gaza como parte integrante".
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