O Hospital Santa Lydia, fundado em 1960, foi doado ao município pelo grupo Ribeiro Pinto em 2010. A administração municipal absorveu uma dívida de 5 milhões e investiu outros 3 milhões em equipamentos.
8 milhões de reais é um valor módico para um município do porte de Ribeirão Preto e pela importância de se ter integrado ao sistema público municipal de saúde um instrumento valioso como o Hospital Santa Lydia.
Saúde pública é uma questão básica e vital. O poder público tem o dever de prover ao seu povo uma assistência em saúde de qualidade. O SUS prima por esta via: um sistema universal e gratuito gerido em parceria entre o poder público e a sociedade. E o Hospital Santa Lydia tem dado conta do recado, apesar das dificuldades.
Em 2013 o Ministério Público começou a investigar a gerência do Hospital, alarmado pelo crescimento da dívida, que atingiu 7 milhões naquele ano e está, segundo fontes do MP, em 20 milhões em 2015.
Após os embates políticos de praxe, a Prefeitura, pressionada pela Promotoria, parece inclinada a buscar dar uma suplementação financeira ao Hospital e eu considero que a maior contribuição que Dárcy Vera poderia dar ao seu legado como Prefeita, e ao povo de Ribeirão, seria entregar a sua administração com a situação do Santa Lydia equacionada e garantida por lei.
Eu já utilizei os serviços do Hospital Santa Lydia mais de uma dezena de vezes como conveniado do IAMSPE, o instituto de saúde do governo de São Paulo, parceiro do Santa Lydia. Sempre fui bem atendido. Mas já fazia algum tempo que não ia ao local.
Dias atrás, acometido por uma crise de cálculo renal, me encaminhei ao Hospital, preocupado se seria atendido por causa das notícias que lemos na imprensa sobre a crise naquele lugar. Cheguei e entre o cadastro, a passagem pelo médico e a medicação se passaram exatos 55 minutos. Saí de lá com minha situação resolvida e com um ultrassom marcado para amanhã, terça-feira.
É claro que deve haver equilíbrio financeiro na gestão da saúde e, em particular, de um hospital. Mas o povo que procura atendimento quer é ser bem atendido, como fui. Saúde pública não pode ser gerida por "cabeças de planilha", para usar uma expressão de Luis Nassif. Saúde pública não é para dar lucro. Saúde pública é para atender o povo na hora de maior precisão e, financeiramente, precisa ser ultra-prioritária.
O que vale mais hoje, manter o Santa Lydia ou a Transerp? Repassar receita suplementar para a Coderp ou para o Santa Lydia?
Se pudesse dar um conselho para a Prefeita, meu conselho seria: invista o restante do seu mandato no Santa Lydia. Garanta por lei a forma de financiamento e de gestão que faça o Hospital se manter por longos anos prestando bons serviços para o povo. Faça com que o Hospital permaneça como referência e interligado aos atendimentos feitos pelas UPAs (já considerando aquela que será inaugurada na rua Cuiabá) e pelos postos de saúde.
Deixar o Santa Lydia como legado da sua administração é muito mais importante do que a Stock Car, do que doar terreno para a ACI no distrito industrial e até mesmo mais importante do que as obras de mobilidade urbana e saneamento feitas com recursos do PAC.
Ricardo Jimenez
Saúde pública é uma questão básica e vital. O poder público tem o dever de prover ao seu povo uma assistência em saúde de qualidade. O SUS prima por esta via: um sistema universal e gratuito gerido em parceria entre o poder público e a sociedade. E o Hospital Santa Lydia tem dado conta do recado, apesar das dificuldades.
Em 2013 o Ministério Público começou a investigar a gerência do Hospital, alarmado pelo crescimento da dívida, que atingiu 7 milhões naquele ano e está, segundo fontes do MP, em 20 milhões em 2015.
Após os embates políticos de praxe, a Prefeitura, pressionada pela Promotoria, parece inclinada a buscar dar uma suplementação financeira ao Hospital e eu considero que a maior contribuição que Dárcy Vera poderia dar ao seu legado como Prefeita, e ao povo de Ribeirão, seria entregar a sua administração com a situação do Santa Lydia equacionada e garantida por lei.
Eu já utilizei os serviços do Hospital Santa Lydia mais de uma dezena de vezes como conveniado do IAMSPE, o instituto de saúde do governo de São Paulo, parceiro do Santa Lydia. Sempre fui bem atendido. Mas já fazia algum tempo que não ia ao local.
Dias atrás, acometido por uma crise de cálculo renal, me encaminhei ao Hospital, preocupado se seria atendido por causa das notícias que lemos na imprensa sobre a crise naquele lugar. Cheguei e entre o cadastro, a passagem pelo médico e a medicação se passaram exatos 55 minutos. Saí de lá com minha situação resolvida e com um ultrassom marcado para amanhã, terça-feira.
É claro que deve haver equilíbrio financeiro na gestão da saúde e, em particular, de um hospital. Mas o povo que procura atendimento quer é ser bem atendido, como fui. Saúde pública não pode ser gerida por "cabeças de planilha", para usar uma expressão de Luis Nassif. Saúde pública não é para dar lucro. Saúde pública é para atender o povo na hora de maior precisão e, financeiramente, precisa ser ultra-prioritária.
O que vale mais hoje, manter o Santa Lydia ou a Transerp? Repassar receita suplementar para a Coderp ou para o Santa Lydia?
Se pudesse dar um conselho para a Prefeita, meu conselho seria: invista o restante do seu mandato no Santa Lydia. Garanta por lei a forma de financiamento e de gestão que faça o Hospital se manter por longos anos prestando bons serviços para o povo. Faça com que o Hospital permaneça como referência e interligado aos atendimentos feitos pelas UPAs (já considerando aquela que será inaugurada na rua Cuiabá) e pelos postos de saúde.
Deixar o Santa Lydia como legado da sua administração é muito mais importante do que a Stock Car, do que doar terreno para a ACI no distrito industrial e até mesmo mais importante do que as obras de mobilidade urbana e saneamento feitas com recursos do PAC.
Ricardo Jimenez
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