O jornalista Paulo Henrique Amorim está lançando seu livro "O Quarto Poder" onde trata da história da Rede Globo, desde sua criação na ditadura até o crescimento de seus tentáculos na década de 1980 no governo Sarney, onde consolidou o seu poder de influência sobre a chamada "opinião pública".
Vale a pena a leitura. Encomendarei o meu.
Mas para além do poder que a mídia (Globo à frente) acumulou nesses últimos 45 anos e com o qual criou um círculo vicioso com os governos de plantão de chantagem e ganhos (ou seja, a mídia tem o poder de manipulação e assim chantageia os governos a manterem com ela os polpudos contratos de publicidade, que garantem a sua sobrevivência através da "bolsa mídia"), está o ódio que ela mídia tem contra as expressões mais autônomas do povo brasileiro.
(bem que a CPI do BNDES poderia investigar os empréstimos para a Globo em 2001 e que a salvaram da falência. Mas desconfio que isto não virá ao caso).
Esse ódio está na raiz da mídia brasileira. Sabota e investe raivosamente contra qualquer forma de manifestação popular que aponte para um projeto de soberania e independência. Para isso não mede esforços em mentir, omitir e distorcer fatos e destruir a reputação das lideranças que por ora podem se identificar com um projeto popular. Vargas, Jango, Brizola, Lula, Arraes, Erundina, Haddad e tantos outros pelo país a fora.
Vejam o que está sendo feito com a Petrobrás há dois anos. Nenhuma palavra sobre os 1 milhão de barris diários já alcançados no pré-sal. Nenhuma palavra sobre os prêmios internacionais que a empresa continua ganhando. Nenhuma palavra sobre o fato de que vários depoimentos na CPI identificaram as mudanças nas regras de licitação, feitas por FHC (que tinha seu genro na ANP), como a porta de entrada para a corrupção nas diretorias de abastecimento e exploração e produção.
Nada importa, o que importa é destruir na mente das pessoas a imagem da Petrobrás e, de quebra, a de Lula. Ambos, Petrobrás e Lula, patrimônios do imaginário popular que a mídia odeia até a medula.
E a crise?
Bem, não adianta Abílio Diniz e tantos outros empresários nacionais e internacionais dizerem que ela não é tão grave e que temos condições de superá-la em breve. Não, para a mídia nada importa. A crise é brasileira e a culpa é da Dilma e do PT. De nada adianta dizer que nos últimos 12 anos foram criados mais de 20 milhões de empregos e que pela primeira vez a desigualdade diminuiu, tudo graças às políticas de investimento do governo petista. Não, a mídia quer por que quer destruir tudo isso.
Na proposta orçamentária do governo há a previsão de voltar o crescimento a partir da metade de 2016, com inflação na meta. O déficit previsto para 2016, de 35 bilhões ( 0,5% do PIB), é bem menor que o da França (4%), do Reino Unido (5%), dos EUA (2,5%), da Espanha (6%) e até que o da Alemanha (0,6%). Mas, não, na Globo não existe crise internacional e a disparada do dólar é culpa da Dilma e do PT.
Pagaremos 452 bilhões de juros ao grande capital, os ricaços mandarão novamente cerca de 500 bilhões para o exterior fruto da sonegação fiscal que praticam historicamente, o trabalhador continuará a sustentar a arrecadação fiscal, no modelo injusto que a elite (mídia junto) criou para o país, mas a preocupação dessa gente agora é barrar a volta da CPMF.
Buscam martelar na cabeça do povo que superávit é coisa boa e CPMF é coisa ruim. Sem superávit a "nota" brasileira é reduzida (nota? que nota? a nota da banca financeira que mantém assim o garrote apertado no pescoço dos países) e com CPMF não dá. Claro que não dá, pois a CPMF taxa os ricos e sabemos que no Brasil rico não paga imposto.
Criamos um monstro que a todo momento ameaça nos devorar. Um monstro que odeia o povo e a ideia de soberania. Um monstro que vive de verbas públicas e que agora se vê em maus lençóis por causa da internet e busca a todo custo retomar o poder central para garantir sua sobrevivência.
Lula é a maior ameaça aos intentos da mídia, pois Lula tem força popular impressionante. Essa última eleição acendeu o sinal vermelho na mídia. Mesmo com uma campanha duríssima e cheia de mentiras e manipulações, 54 milhões de brasileiros fizeram ouvidos de mercador para o monstro e votaram segundo as suas consciências. Acendeu o alarme na mídia e o nível de ódio extrapolou.
Estamos vendo e vivendo os estertores de uma batalha entre o passado criado na ditadura e o futuro que queremos construir. A mídia é a inimiga maior, a Petrobrás, o pré-sal e Lula são a nossa esperança de recriarmos um ponto de unidade que aponte para um novo projeto de soberania.
Em frente!
Ricardo Jimenez
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