sexta-feira, 30 de dezembro de 2016
O golpe colocou o Brasil à beira de um colapso! Só há uma saída: o voto!
Passados os anos de 2015 e 2016 e o Brasil encontra-se numa das piores crises de sua história com toda a conta sendo cobrada dos trabalhadores e do setor produtivo nacional.
Uma depressão se impõe sobre o país, o desemprego pode atingir 20% em 2017 (com novos 1 milhão de desempregados) com um aumento colossal da informalidade crescendo sobre a dizimação do emprego com carteira assinada.
O endividamento empresarial dispara juntamente com a inadimplência das pessoas físicas.
Um congelamento de investimentos em setores estratégicos como saúde e educação foi imposto por 20 anos ao país.
A aposentadoria integral, os benefícios sociais aos idosos, as políticas de proteção social e distribuição de renda, garantias da Constituição de 1988, estão sendo cortadas.
As garantias trabalhistas vão sendo dizimadas junto com a CLT.
O setor de engenharia nacional está demolido na esteira de uma operação 'anti-corrupção' que quebrou as empresas e demitiu trabalhadores para punir empresários que se relacionaram com o PT e com o projeto de 13 anos implantado a partir das vitórias eleitorais de 2002, 2006, 2010 e 2014.
As reservas da camada pré sal, de 200 bilhões de barris, cuja exploração a Petrobrás tem expertise e que bate recordes de produção atrás de recordes de produção, estão sendo entregues a preços vis para multinacionais estrangeiras, algumas delas estatais de países ricos como a Noruega e a França.
Uma crise política se instaurou no país, onde um Presidente sem voto contabiliza 80% de rejeição popular mas comemora 88% de fidelidade dos congressistas, num Congresso dominado por políticos investigados por corrupção e eleitos com o poder da grana empresarial.
O principal partido derrotado nas últimas 4 eleições, o PSDB, hoje é quem dá as cartas no governo Temer, controlando a economia, a Petrobrás e a política internacional.
Cinicamente, além de pedir em rede nacional que o brasileiro tenha "pensamento positivo", o Presidente decorativo, repetindo um mantra da mídia aliada, joga a culpa nas costas do governo derrubado, da Presidente Dilma Roussef.
Houve erros, sim, no antigo governo. Mas o golpismo omite em suas análises que esses erros foram um misto de erros de avaliação do governo Dilma com imposições do 'mercado' sobre um governo enfraquecido a partir de 2013 e grande dose de sabotagem congressual a partir de 2015, sob o comando de Eduardo Cunha que operava em prol do golpe do impeachment.
Quando o Brasil precisou, a partir de 2014, de um pacto nacional para preservar os avanços conquistados na última década e meia, o golpe foi desferido, tanto na democracia, com a cassação de um mandato presidencial legítimo, quanto no povo brasileiro.
Os motivos do golpe são claros: evitar um novo ciclo do PT no poder, iniciado com a vitória de Dilma em 2014, quando as elites davam como certa a eleição
de Aécio, e retomar à força a agenda neoliberal no país.
Pautas 'bombas' foram votadas pelo congresso de Cunha agravando uma situação fiscal já combalida desde 2013. Não se pode esquecer que, para preservar o emprego, Dilma concedeu em 2013, ano em que os reflexos da crise internacional afetaram mais o Brasil, mais de 100 bilhões em renúncia fiscal ao setor empresarial. Outros 100 bi vieram em 2014.
Saídas importantes como a CPMF ou o aumento dos impostos sobre os mais ricos, como a extinção do paraíso fiscal que opera no Brasil desde 1995, isentando de imposto de renda os lucros e dividendos empresariais, foram sumariamente desconsideradas.
Descontentes com a política de superávit primário zero de Dilma, os 'agentes do mercado' impuseram um 'ajuste fiscal' regressivo, atingindo a produção e os trabalhadores e preservando os rentistas, já no segundo mandato de Dilma, com Joaquim Levy, e continuando com Meirelles no período golpista.
As dívidas e os juros são assuntos proibidos na agenda nacional, mas sugam 45% de tudo que aqui se produz por ano. Um país inteiro é colocado de joelhos diante de agências de 'risco' que operam para o capital financeiro, controlado por cerca de 600 magnatas e que ditam as normas internas de países e os preços dos produtos mundo afora.
Essa é a realidade atual do Brasil.
Governado sem voto por traidores (PMDB) e perdedores (PSDB e penduricalhos, como DEM e PPS). Um governo golpista que ataca os direitos do povo para proteger seus próprios interesses e os interesses do capital internacional.
E a mídia, aquela que, em tese, deveria atuar em defesa da democracia ao levar informação confiável ao povo? Atua como um dos braços do golpe, uma parte ao lado de Temer e sua turma outra parte ao lado do PSDB e sua turma, aliados buscando espaços. Em troca? Ora, mais de 900% de aumento de verbas publicitárias não está de bom tamanho para uma mídia em crise?
No Brasil a mídia defende 'Estado mínimo' e 'competição capitalista', mas não sobrevive sem verbas estatais.
Só há uma saída para minimamente devolver um fiapo de equilíbrio ao país, o voto.
Mas não sejamos ingênuos. O voto simplesmente não resolve os problemas, só devolve um pouco da credibilidade democrática perdida. O Brasil precisa de um novo pacto nacional de desenvolvimento e uma nova garantia legal de soberania e proteção social, que só virá numa nova Constituição.
Blog O Calçadão
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