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Livro analisa a questão ambiental pela perspectiva crítica-popular Fotos: Filipe Augusto Peres |
Realizado na V Fenara, o lançamento, do livro representa mais que a apresentação de uma obra é um manifesto político que articula teoria, prática e resistência popular frente ao colapso ambiental.
Na manhã deste sábado (10) de, no palco Papa Francisco (Arena) da V Feira Nacional da Reforma Agrária, realizada no Parque da Água Branca, em São Paulo, foi lançado o livro “Crise Ambiental e os Negócios do Clima: Uma perspectiva crítica popular”, de autoria do professor Andrei Cornetta. A publicação, organizada pela Editora Expressão Popular, propõe uma leitura crítica das mudanças climáticas, denunciando as contradições do modelo capitalista que transforma a crise ambiental em oportunidade de negócios.
Durante o lançamento, Cornetta destacou o ineditismo do momento histórico que vivemos:
“Pela primeira vez, enfrentamos uma mudança climática dentro do capitalismo. E mais: uma mudança climática produzida diretamente por ele. Por isso, é incorreto falar apenas em mudança de origem antrópica — estamos diante de uma crise de origem capitalista.”
Segundo o autor, a obra investiga como conceitos da economia neoclássica — como os mercados de carbono e as chamadas “soluções verdes” — escondem os verdadeiros responsáveis pela destruição ambiental, ao mesmo tempo em que perpetuam desigualdades globais.
“A questão mais preocupante não são apenas as causas ou as consequências da crise climática, mas como estamos lidando com ela: por meio do mercado, da financeirização e do apagamento das alternativas populares”, afirmou.
A obra possui a colaboração de Bárbara Loureiro, Camilo Augusto e Renata Menezes pesquisadoras e integrante do MST no capítulo “O MST e a Questão Ambiental: percurso histórico e construção atual”.
A coautora Bárbara Lourenço, representando também a Coordenação Nacional do MST, reforçou o papel da agroecologia como alternativa concreta e transformadora.
“Esse livro é resultado da luta de classes. Nossa agroecologia é prática, ciência e luta. A crise climática não é uma vingança da natureza, mas resultado direto da forma como o capital atua no campo, na mineração, no agronegócio”, pontuou.
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A crise climática é o resultado direto da forma como o capital atua no campo |
Bárbara também chamou atenção para a centralidade do tema no projeto político do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra.
“A saída para essa crise passa pelo enfrentamento ao capitalismo. Reformar a terra, massificar a agroecologia, plantar cem milhões de árvores — essa é a proposta do MST”, afirmou.
A obra traz ainda capítulos sobre a geopolítica climática, os tratados internacionais e seus impactos no Brasil, além de análises sobre o papel do MST na luta socioambiental e a transformação das florestas em ativos de mercado, intensificando conflitos territoriais.
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