Neste dia 28 de abril, vagabundos de todo o Brasil
participam da greve geral em protesto contra as reformas trabalhista e
previdenciária.
Ainda bem que existem vagabundos para defender os seus
direitos. E, claro, os meus também. Afinal, os vagabundos tiveram papel
importante na construção dos direitos em todo o mundo.
Foram vagabundos que, com as greves do início dos anos 80,
forçaram os grandes empresários a apoiar a luta pela volta da democracia, pondo
fim a uma ditadura de 20 anos.
Eram também vagabundos aqueles hippies que iniciaram uma
revolução cultural nos anos 60 e culminaram na emancipação feminina e no
respeito ao direito das minorias.
Naquela época, lá nos Estados Unidos, um pastor vagabundo
liderou milhares de outros vagabundos pelo reconhecimento dos direitos dos
negros e pelo fim do apartheid naquele país.
Por falar em apartheid, quem não se lembra do vagabundo que
ficou preso na África do Sul por quase toda sua vida e que acabou derrubando um
regime racista com suas greves e boicotes a produtos produzidos pelos brancos?
Foram também vagabundos que, no início do século XX,
iniciaram uma onda de manifestações na Europa e na América pelo reconhecimento
dos direitos trabalhistas e pela redução da jornada de trabalho.
Assim como as vagabundas que foram queimadas em uma fábrica
norte-americana chamaram a atenção do mundo para a equiparação dos direitos
femininos àqueles dos homens. Foi em um 8 de março, mais tarde reconhecido como
dia internacional da mulher.
Se eu fosse lembrar de todos os vagabundos que lutaram e
perderam a vida para que eu e você tivéssemos uma vida melhor, não bastaria um
textão na internet. Eu precisaria escrever uma enciclopédia.
Portanto, termino com uma pequena frase: ainda bem que
existem os vagabundos!
Texto: Simone Ross
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