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quarta-feira, 28 de junho de 2017

E se na campanha Nogueira dissesse que para trazer o AME ele fecharia o PS central?

Foto: Tribuna

Durante a campanha, o atual Prefeito e seu principal adversário disputaram para saber quem tinha a 'melhor' proposta para resolver o deficitário e caótico sistema de saúde pública de Ribeirão Preto.

O segundo propôs realizar exames utilizando uma sobra ociosa possivelmente existente nas clínicas particulares, através de convênios, com consultas marcadas por telefone.

O primeiro prometeu 3 AME's (Ambulatórios Médicos de Especialidades), vindos sob parceria com o governo do Estado. Ou seja, o atual Prefeito prometeu expandir o sistema de saúde da cidade!


Oculto neste debate, o principal: todas as propostas tinham como base fundamental a terceirização da saúde.

O programa do PSDB para a saúde pública tem na terceirização o seu pilar básico, ou seja, a retirada do Poder Público das responsabilidades com a contratação de profissionais e da gestão das redes de atendimento.

O AME é assim e até o projeto das UPA's, instituído pelo governo do PT, que funciona em parceria com municípios, é assim.

O objetivo é economizar dinheiro porque a saúde pública universal já não cabe nos orçamentos públicos, enfraquecidos pela agenda do capital, que submete o Estado aos interesses da elite financeira e rentista.

Mas é óbvio que este debate não ocorreria na campanha, totalmente dominada pela pauta policialesca e superficial sobre os assuntos verdadeiramente importantes do município.

A situação da saúde em Ribeirão Preto é complicada. Os projetos das UPA's do Sumarezinho e do Simioni estão atrasados e não há na rede municipal efetivo médico para atender a demanda. Resultado: o município procura saídas na terceirização e na economia de gastos orçamentários.

O projeto do AME no lugar do PS central cabe totalmente nesse plano. Economiza no orçamento municipal e libera mão-de-obra profissional.

Não seria mais importante o município equacionar a situação orçamentária e resolver os gargalos, que também envolve o Santa Lydia, para só depois colocar a questão dos AME's em debate?

Claro que não! Porque para fazer isso, a Prefeitura deveria acreditar em outro tipo de projeto, que valorizasse o setor público em primeiro lugar.

Atualmente há duas CEE's (Comissões Especiais de Estudos) em andamento. Uma analisando a questão das UPA's e outra especificamente para a questão do fechamento do PS central para dar lugar ao AME. Em breve o projeto que prevê o fechamento do PS chega na Câmara e a pressão da sociedade deve aumentar.

Nenhuma entidade ou pessoa é contra a vinda do AME, apesar da necessidade de se debater os rumos da saúde pública. O que se coloca é a posição contrária ao fechamento do PS, porque Ribeirão Preto precisa de mais e não menos postos de atendimento.

Na Câmara, este blog levantou a seguinte situação: votam contra o projeto os vereadores Jorge Parada, Maraca, Marmita, Luciano Mega, Bertinho Scandiuzzi, Marcus Papa, Marinho Sampaio, Orlando Pessoti, Jean Corauci, Lincoln Fernandes, Paulo Modas; votam a favor do projeto os vereadores Maurício Gasparini, Glaucia Berenice, André Trindade, Boni, Elizeu Rocha, Isaac Antunes, João Batista, Maurício Vila Abranches, Nelson das Placas, Otoniel Lima, Paulo de Bonfim, Renato Zucoloto, Rodrigo Simões, Waldir Vilela.

Vamos seguir acompanhando.

Blog O Calçadão

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