Está circulando um vídeo de um tatuador fazendo uma tatuagem na testa de um homem que tentou assaltar sua casa, ou estúdio.
Isso é terrível!
Primeiro porque hoje, com certeza, centenas de casas e pessoas serão assaltadas. Nós temos um modelo de segurança pública ineficiente, que ataca os sintomas, mas não conhece sequer a doença. Não propõe uma "cura".
Por isso temos números tão altos no que se refere à violência, policiais mal remunerados e sem apoio do governo e, principalmente, muitas mortes.
Segundo porque se o assaltante cometeu um crime, de forma tentada, contra o patrimônio, o tatuador cometeu um crime contra pessoa. Lesão corporal grave, com previsão de pena pois gerou uma deformidade permanente no assaltante. Também o crime de cárcere privado e também exercício arbitrário das próprias razões.
Não quero, com esse texto, fazer uma defesa "caricata" dos Direitos Humanos. Ao contrário. Quero apenas expressar o quão confuso é o momento que passamos.
As pessoas não confiam nem nas forças de segurança e menos ainda no Judiciário pra resolver seus problemas, especialmente em um dia como hoje, em que utilizam um argumento técnico pra tapar os olhos diante da lama que tomou o governo, como está acontecendo agora no Plenário do TSE.
Não tem receita fácil, mas com certeza não vai ser com "soluções" como essa que vamos resolver o problema. Precisamos (re)pensar tudo.
Cassiano Figueiredo é bacharelando em Direito e militante social em Ribeirão Preto
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