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Aqueles que estão soltando foguetes que nos desculpem, mas
não nos colocamos entre os que comemoram, efusivamente, as últimas notícias.
Moralmente e por uma questão de princípios, em defesa da
democracia, quem está contra os casuísmos e arbitrariedades
jurídico-investigativas da Operação Lava Jato no caso de Lula, tem que se
manter contra eles também quando atingem o campo adversário.
Até mesmo porque partem, e fazem parte da estratégia, de
quem tem apenas um interesse: o seu próprio lado.
Não vemos como solução para o país um impeachment de Temer,
a ser conduzido pela figura nefasta da Janaína Paschoal, que já defende essa
hipótese para aparecer nos jornais, nem a convocação de eleições indiretas para
a Presidência da República para as quais a mídia já especula,
significativamente, citando o nome de Sérgio Moro, se “magistrado poderá ser
candidato”.
Isso, em um processo a ser conduzido por um congresso
majoritariamente golpista, em grande parte também investigado por uma operação
cuja autoridade máxima é o próprio “chefe” da República de Curitiba.
A ideia de uma nova campanha pelas Diretas Já é correta, do
ponto de vista da lógica democrática.
Mas se formos objetivos e pragmáticos, considerando a atual
situação política, retira tempo precioso da oposição, que poderia ser
utilizado, caso as eleições se fizessem normalmente em 2018, para que Lula se
recuperasse e refizesse – aproveitando a crescente impopularidade do governo
Temer e denunciando e esclarecendo as mentiras de que tem sido alvo – sua
relação com a opinião pública e seu caminho para a Presidência da República.
Uma eleição agora, mesmo que direta, pode jogar o poder no
colo de Jair Bolsonaro, apoiado pela sensação de caos institucional, pela
condição de não estar sendo processado pela Lava Jato, e, caso chegue ao
segundo turno, como as pesquisas indicam, por uma aliança que abrangeria da
extrema-direita a setores mais oportunistas do próprio PMDB e do PSDB, passando
pelo “centro” fisiológico dos partidos nanicos conservadores, unida pelo
objetivo comum de evitar, a qualquer custo, que o PT e sua “jararaca” voltem à
Presidência da República.
Finalmente, a leitura mais correta é de que os principais
alvos das mais recentes manobras da “justiça” não sejam nem Temer nem Aécio,
por mais implacáveis que sejam, contra ele, os juízes e procuradores.
As acusações contra os dois foram forjadas – já que se
tratam claramente de arapucas propositadamente montadas – como forma de abrir
caminho, definitivamente, para a condenação de Lula.
A percepção da população de que a Justiça e o Ministério
Público estavam sendo totalmente seletivos e parciais no trato dos gregos com
relação aos troianos vinha crescendo a olhos vistos nas últimas semanas, e
aumentava, na mesma proporção, a popularidade e as intenções de voto do
ex-presidente da República, especialmente depois de seu depoimento em Curitiba
e da absurda proibição de funcionamento do seu instituto.
Com as acusações contra Temer e Aécio, o anti-petismo
entrega duas torres para capturar e eliminar o Rei que odeia e persegue, sem
êxito, há tanto tempo.
A partir de agora,
ninguém pode mais dizer que a Operação Lava Jato só atinge o PT, enquanto afaga
seus adversários.
E Lula poderá então, ser condenado “exemplarmente” por Moro,
aproveitando-se o caos político que tomará conta do país nas próximas semanas,
sendo definitivamente impedido de voltar por via eleitoral ao Palácio do
Planalto, tanto agora, em eventuais “Diretas Já”, como em 2018.
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