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segunda-feira, 22 de maio de 2017

A eterna pedra no meio do caminho


A elite branca e escravocrata brasileira sempre lutou que para nunca atingíssemos o patamar de País evoluído, e com são detentores das informações e conhecimentos, cuidam com carinho para que a educação básica pública, com raras exceções, fique eternamente patinando nos patamares inferiores da educação mundial. Como a maioria não conhece a historia de seu País; e um povo que não conhece a sua história é facilmente iludido pelas velhas raposas que sabem, e conhecem os caminhos do crime, e da impunidade. E o reflexo disso é a atual situação que estamos vivenciamos hoje no Brasil.

Por um descuido, ou como diz o ditado “entregar os anéis, para não perder os dedos” deixaram que fossem aprovados na Constituição de 1988 direitos que beneficiaram a base da pirâmide, mas trabalharam com afinco na obscuridade, para que em nome da liberdade do “deus mercado” tudo voltassem ao velho patamar do inicio do século 20.

A terceirização já é lei, e junto com a reforma trabalhista vai levar a classe trabalhadora a um estado de penúria. Dizem que tudo que estão fazendo é para beneficia-la, e que vão ser gerados mais empregos, e que iremos experimentar um período de prosperidade e felicidade jamais vista, mas a realidade que se avizinha é cruel.

Sabem por estirpe articular com eficiência um golpe, e a certeza que tudo estava dominado encorajaram as práticas mais horripilantes que se possa imaginar. O relatório final da CPI do INCRA e da FUNAI mostra como querem aniquilar as comunidades quilombolas, e praticar o holocausto nas comunidades indígenas - acham que índios e os quilombolas não precisam de terras, pois não praticam a agricultura em grande escala.

A lei da terceirização, que já está em vigor, começa a mostrar que o regime de trabalho análogo à escravidão, vai ser regulamentado. Uma notícia publicada no domingo mostra que uma grande empresa do ramo de logística, foi condenada em primeira instância a pagar uma indenização de R$ 15 milhões, por fazer os motoristas de caminhões cumprirem uma jornada extenuante. Segundo a denúncia os motoristas tinham que trabalhar até 34 horas ininterruptas. A empresa alegou que o judiciário ignora a Lei 13 429/2017, a lei da terceirização, que dá respaldo as suas atividades. Disseram que a terceirização era mais um beneficio para o trabalhador – imagine se fosse um maleficio.

Mas alguma coisa fugiu do controle. Aquele céu de brigadeiro que estavam navegando com tranquilidade, de repente escureceu, e as nuvens cinzentas trouxeram o temporal. Conversando com um amigo sobre o final da série, que contava a história do megatraficante colombiano Pablo Escobar, mostrava os policiais festejando a extinção do cartel de Medelín, e a morte do traficante, mas alguém estragou a festa. Uma notícia dava conta que com o traficante em ação foram enviados para aos Estados Unidos 170 toneladas de cocaína, e depois de sua morte chegaram a 350 toneladas.

Falei ao meu amigo, que a história do Pablo Escobar estava se repetindo no Brasil, e que a história iria mostrar que vivemos atualmente um momento de corrupção muito maior do que foi nos governos anteriores – falei isso na segunda-feira, e a bomba estourou na quarta. Há um adágio que diz: “não se deve abandonar um amigo ferido na beira da estrada”. Pelo visto alguém ficou abandonado no meio do caminho.

José Eugenio Kaça
Membro do Conselho municipal de Educação de Ribeirão Preto

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