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sábado, 3 de setembro de 2016

Crônicas Ribeirão-Pretanas! Por Leonardo Sacramento



CRÔNICAS RIBEIRÃO-PRETANAS
OBSERVAÇÃO 1:
Léo Oliveira, que é deputado estadual, possui um programa de televisão policialesco. Em seu programa, jovens pobres e negros são "flagrados", normalmente sem camisa, nas delegacias por terem cometido supostamente algum crime.
Usa a violência como palco para audiência e publicidade. Ganha muito dinheiro com isso.
Seu filho participa do programa, copiando o pai, da mesma monta que a família Datena. Ele é candidato a vereador pelo PMDB.
Vi atentamente a primeira reportagem de seu programa no dia da ação da Polícia Federal. Mostrou em dois minutos carros da polícia e a prefeitura, bem de longe. Somente!

Não mostrou nenhum vereador e nenhum agente público preso. Sim, o seu partido está no meio. Sim, seus parceiros estão envolvidos. Sim, ganhar dinheiro com jovens pobres e negros é o seu negócio, o seu filão. Mostrar os seus parceiros em situação semelhante aos seus olhos pmdbistas é algo reprovável.
OBSERVAÇÃO 2:
Fui visitar um amigo. Em seu para-brisa tinha um jornal do Cícero. Li-o atentamente. Abertamente puxava para si a reforma do estatuto (a quem tinha dúvidas para quem o capital político de uma reforma no ano eleitoral iria), a contratação de professores (não era ele que defendia abertamente a recontratação de emergenciais em 2013) e demais "melhorias na educação".
Ok! Faz parte da política a invenção de narrativas que não correspondem com a realidade, assim como faz parte a sua denúncia.
Mas o que me chamou a atenção foi a última página.
A última página foi destinada aos apoiadores. Três apoiadores me chamaram a atenção. O primeiro era o Ângelo, o secretário-preso. Disse que Cícero era um homem fundamental na educação, pois sua capacidade política resolvia problemas e divergências, permitindo que se avançasse. Veja só!
A segunda que me chamou a atenção foi a diretora Maria Amélia, da EMEF Nelson Machado. Ela, como todos sabem, é aposentada mas ainda trabalha, e como é possível ver no site da Transparência, ela não aparece, como se não existisse. Aliás, nem portaria de nomeação possui. Basta pesquisar no Diário Oficial.
Disse ela que Cícero estava há muito tempo na Câmara, o que comprovaria a sua capacidade política de liderança.
O terceiro foi o que mais que chamou a atenção. Foi Vicente Golfeto. Sim, Vicente Golfeto! Ele reproduziu a fala da Maria Amélia, afirmando que Cícero era um republicano, o que seria demonstrado pelo tempo que estava na Câmara Municipal.
Me lembro de uma situação engraçada. Há dois anos os professores estavam coletando assinaturas para um projeto de iniciativa popular. Qual era o projeto? Eleição para diretores. Estava eu em uma escola no dia da eleição presidencial para coletar assinaturas. Ele passou e eu pedi. Quando ele viu o que era, pegou um cartão, deu a mim e saiu correndo, sem antes de dar dois tapinhas do meu rosto.
Agora entendi!
OBSERVAÇÃO 3:
Léo Oliveira e Vicente Golfeto trabalham na Clube. É sabido que a prefeitura conseguiu, após a paralisação dos professores em 20 de março de 2014, "proibir" a menção da Aproferp e de professores na mídia local. Isso, inclusive, foi falado por jornalistas de muitos órgãos de imprensa.
Como conseguiu? Simples! Destinou recursos públicos para a mídia local, especialmente para a Clube, que nunca mais fez reportagem conosco. Isso pode ser facilmente comprovado por um pedido de informação feito na época em que a prefeitura respondeu os valores destinados a cada órgão de imprensa para aquela chamada feita um dia antes da paralisação.
Ou seja, as posições de Vicente Golfeto e Léo Oliveira são coerentes com a postura da Clube desde março de 2014.
Não se engane com a mídia! Ela é uma peça fundamental do esquema! Ela cria narrativas com estilo parecido à narrativa criada por Cícero.

Leonardo Sacramento é professor e Secretário-Geral da Aproferp

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