Desde a eleição do atual presidente Jair Bolsonaro, nosso país tem sido tomado pela intolerância, violência e intimidação contra os que agem, pensam e atuam em defesa dos direitos humanos e da diversidade.
Esta onda de autoritarismo encontrou terreno fértil e referência nas manifestações do presidente. A partir desse cenário, temos assistido ao aumento de casos de ataques às mulheres, à comunidade LGBTI+ , negros, estrangeiros, entre outros.
Esse comportamento truculento, de intimidações e ameaças, tem avançado em diferentes situações do cotidiano, nas instâncias políticas e, no município de Catanduva, atingiu a vereadora petista Taise Braz.
Recentemente o cidadão José Luiz Ferreira que se apresenta como contabilista e poeta, escreveu um artigo no jornal O Regional de Catanduva no qual faz explícita ameaça de morte à vereadora Taise Braz, pelo fato de ela defender suas posições políticas, o Partido dos Trabalhadores e o ex-presidente Lula.
“Você vereadora, faz parte destas estruturas trevosas, e que na ânsia de projetar-se sequer tem noção, tanto quanto a maioria dos demais integrantes, da colheita que terá num futuro próximo quando o seu prazo de validade expirar no contexto físico”, escreveu José Luiz Ferreira, numa clara e inconteste ameaça à vida da vereadora Taise Braz.
A vereadora petista foi ameaçada pelo simples fato de, no exercício das prerrogativas de seu mandato e amparada pela Constituição, exercer o direito de manifestar o que pensa sobre lideranças, partidos e projetos políticos. Taise Braz nasceu em Catanduva, é negra, filha de doméstica e caminhoneiro, estudou em escola pública até a conclusão do ensino médio. Reside até hoje na mesma cidade, no bairro Conjunto Euclides. É graduada em administração de empresas e especializada em recursos humanos. Atuou no setor privado educacional e atualmente cursa o sexto período do curso de pedagogia.
Iniciou sua militância na Pastoral Afro de Catanduva, de 2006 a 2010, com atividades de conscientização, formação e interação sobre as pautas de interesse da população negra. Taise também foi membro-fundadora e é militante do Movimento Negro de Catanduva (MNC) desde dezembro de 2017, com intensa atuação e engajamento em prol da representatividade da comunidade negra local e da microrregião, na busca do resgate identitário, da erradicação do racismo e pela igualdade de oportunidades e tratamento. Taise também foi membro da Frente Ampla Democrática e Progressista, movimento comprometido com ideais de proteção a democracia, garantias de direitos civis, dos direitos humanos e grupos minoritários.
Taise foi eleita com propostas de redução das desigualdades sociais e logo no início do mandato se comprometeu com projetos para empregabilidade, como a capacitação técnica gratuita para recolocação no mercado de trabalho de jovens para o primeiro emprego.
Para ampliar a representatividade apresentou a proposta de criação do Conselho Municipal da Comunidade Negra e Cidadania, para composição e participação nos conselhos municipais, para fiscalizar órgãos públicos e atuar na defesa dos serviços e servidores. Também é autora do projeto Câmara na Rua, para levar a Câmara Municipal para os bairros, e do Palco para Todos, para tornar a cultura acessível nos bairros e viabilizar a carreira dos artistas.
Taise Braz apresentou a lei que criou o Dossiê da Mulher Catanduvense, que prevê que todas as pessoas que se identificam e se autodeclaram como mulher, ainda que o registro público conste como do sexo masculino, sejam reconhecidas e identificadas como mulher. O projeto provocou reação de parcela conservadora da população.
A bancada de deputadas e deputados do PT na Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo está convicta de que as agressões e as ameaças contra a vereadora Taise Braz se inserem na onda de ódio, preconceito e censura que tomou conta de nosso país desde a eleição de Bolsonaro e que vêm atingindo professores, artistas, comunicadores, parlamentares, lideranças do campo democrático, lideranças da parcela LGBTI+, entre tantas outras.
Repudiamos todas as agressões, ameaças, censura e intimidação ao ativismo e as ações da vereadora Taise Braz e registramos solidariedade e total apoio à companheira. Não nos intimidarão e jamais nos calarão!
Bancada das deputadas e dos deputados do PT na Assembleia Legislativa de São Paulo