CPI da Pandemia contou com a presença da microbiologista Natália Pasternak e do ex-Presidente da Anvisa, o sanitarista Cláudio Maierovitch. |
"Senhores, a Cloroquina já foi testada em tudo. A gente já testou em animais, a gente já testou em humanos. A gente só não testou em emas porque as emas fugiram", afirmou Pasternak.
A CPI da pandemia ouviu, nesta sexta-feira (11) a microbiologista Natalia Pasternak e o ex-presidente da Anvisa, Cláudio Maierovitch. Ambos criticaram a condução do governo federal durante a pandemia.
De acordo com Maierovitch, o SUS possuía experiência para realizar um plano de contenção antes da Covid-19 entrar no Brasil, principalmente para detecção rápida, testagem, isolamento e rastreamento de contatos. O sanitarista recordou que o país ocupava o 22º colocado no Índice Global de Segurança em Saúde em 2019. Entretanto, a condução do governo Bolsonaro na crise levou o país a ter a pior resposta perante à pandemia.
Para Maierovitch, o plano de contenção deveria direcionar como o sistema de saúde iria funcionar, além de abranger uma previsão de insumos e acompanhar carências de cada estado e município.
Cláudio Maierovitch durante a CPI da Pandemia. Foto: Agência Senado |
Os convidados evidenciaram a importância das informações corretas à população.
"A comunicação é absolutamente fundamental e significa o conjunto de autoridades responsáveis com mensagens coerentes entre si", afirmou Maierovitch.
Os participantes criticaram o posicionamento do presidente Jair Bolsonaro de pedir ao Ministro da Saúde Marcelo Quiroga para publicar um parecer que desobrigue o uso de máscara por parte daqueles que já forma vacinados ou já tenham contraído o vírus e reiteraram importância do uso da máscara mesmo depois de se vacinar.
"Temos que olhar o efeito da vacinação na sociedade. Só os números vão nos dizer quando podemos começar a relaxar", disse Pasternak.
A microbiologista citou estudo do epidemiologista Pedro Hallal que apontou que 3 de cada 4 mortes poderiam ter sido evitadas se o Brasil estivesse na média mundial de controle da pandemia.
Ineficiência da Cloroquina e do Kit Covid-19
Pasternak avisou que os medicamentos do kit anticovid, apesar de se mostrarem seguros quando administrados individualmente para doenças a que são indicados, podem gerar interações nocivas quando usados em conjunto e criticou o uso da cloroquina contra a covid-19. A cientista afirmou que o medicamento não funciona em nenhuma fase da doença, nem em animais e nem em humanos.
Leia o manifesto na íntegra:
“É preciso chamar as coisas pelo nome.
É chegada a hora de nós, intelectuais, livres-pensadores, judeus e judias progressistas, descendentes das maiores vitimas do regime nazista, posicionarmos, como atores sociais diante do debate público sobre o atual momento nacional. É perceptível que o governo encabeçado por Jair Bolsonaro tem fortes inclinações nazistas e fascistas.
É preciso chamar as coisas pelo nome.
Perspectivas conspiratórias e antidemocráticas produzem, tal qual o fascismo e o nazismo, inimigos e aliados imaginários.
Se não judeus, como o caso do Terceiro Reich, esquerdistas; se não ciganos, cientistas; se não comunistas, como na Itália fascista, feministas. A ideia de uma luta constante contra ameaças fantasmagóricas continua.
Porém há mais. As reiteradas reportações racistas e nazistas do governo Bolsonaro, o uso de símbolos fascistas e referência à extrema-direita não podem deixar dúvidas.
O projeto de poder avança. Genocídio, destruição das estruturas democráticas do Estado e práticas eugênicas estão escancaradas. Cabe a nós brasileiros e brasileiras impedir que cheguemos a uma tragédia maior.
O Fora Bolsonaro deve ser o chamado uníssono da hora. É o chamado contra o genocídio.”
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