Professor de história de Goiás é detido por PMs por conta de um adesivo em seu carro |
O bolsonarismo, fenômeno da extrema direita brasileira surgido no processo de crise pós-2008, o mesmo que impulsionou o trumpismo nos EUA e outros líderes na Europa e Ásia, está em processo de isolamento e radicalização.
A direita brasileira, incluindo os neoliberais, já pulou do barco durante a desastrosa condução da pandemia, que, certamente, resultará em futura condenação em tribunal penal internacional, se bem que ainda alimentando a esperança de emplacar um nome que possa dar sequência ao projeto econômico tocado por Paulo Guedes.
Na opinião pública o caminho é de desconstrução do bolsonarismo a partir da desconstrução do seu líder, um ex-deputado com 30 anos de nulidade parlamentar catapultado ao poder pela tragédia do golpe de 2016.
Mas resta um problema grave para que o ambiente democrático brasileiro possa de fato ser reconstruido: enfrentar o bolsonarismo nos meios militares, principalmente nas PMs. E enfrentar significa identificar, enquadrar e isolar, assim como tem sido feito nós ambientes do judiciário e do MP quando se identificou que o fenômeno do lavajatismo, irmão gêmeo do bolsonarismo, estava a corroer o Estado de direito.
O Congresso Nacional precisa urgentemente acabar com a Lei de Segurança Nacional, o maior dos entulhos da ditadura e, junto com a sociedade brasileira, operar uma reforma nas polícias no sentido de submetê-las ao poder civil e democrático.
Os recentes casos da repressão no Recife e da prisão de um professor de história em Goiás não são casos isolados. Bolsonaro e o bolsonarismo ainda sonham em usar as forças militares, principalmente as PMs e as milícias para um golpe, como ocorreu na Bolívia, a partir de um processo de corrosão das instituições.
O Brasil precisa se livrar disso para voltar a respirar.
Blog O Calçadão
Nenhum comentário:
Postar um comentário