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sexta-feira, 2 de novembro de 2018

O neoliberalismo avança fortemente no Brasil e no mundo!


O neoliberalismo é a estrutura político-econômico-ideológica do grande capital transnacional, das grandes corporações financeiras e empresariais que atuam no mundo de maneira monopolista.

O neoliberalismo existe desde meados dos anos 1980 e tem buscado se moldar às realidades políticas para tentar influenciar as decisões e legislações dos Estados nacionais para, assim, drenar para si, ou seja, para um seleto conjunto de mega-investidores e grandes corporações financeiras, através dos juros da dívida pública, das privatizações e dos fundos de previdência, as riquezas geradas pelos países.

Sua ação se dá em nível mundial, sempre apoiada na grande mídia empresarial, nos interesses dos grandes bancos de investimento e no campo político atrelado a seus interesses.

Seu adversário é o modelo social democrata, o modelo de bem-estar social desenvolvido principalmente na Europa após a segunda guerra mundial e espalhado por alguns países do mundo.

O modelo de bem-estar social propõe a coexistência de uma economia de livre mercado e de políticas públicas que promovam a distribuição de renda, impeçam o aumento da desigualdade social e promovam um desenvolvimento econômico ambientalmente sustentável.

O modelo de bem-estar social cobra das grandes corporações financeiras uma contribuição, na forma de impostos, para criar um colchão social e financiar o desenvolvimento nacional.

O modelo de bem-estar social está na base de algumas propostas desenvolvidas no âmbito da ONU, como a Agenda 21, por exemplo.

Contra isso, nos últimos 30 anos, as forças representantes do neoliberalismo vêm atuando nos países disputando o poder político ou disputando a hegemonia do pensamento através, principalmente, da mídia empresarial.

É o tão famoso modelo de "pensamento único" tão propalado nos anos 1990.


E o modelo neoliberal avançou muito nos anos 1990.

Porém, os enormes retrocessos econômicos e sociais causados pela agenda neoliberal, como a desindustrialização, o desemprego, a concentração de renda e os aumentos da desigualdade social e da pobreza, começaram a construir nos países uma resistência.

Grupos políticos nacionalistas, desenvolvimentistas, ambientalistas, social democratas e de centro esquerda começaram a fazer o contraponto ao neoliberalismo e a vencer eleições em vários países através da defesa de um projeto anti-neoliberal, de desenvolvimento nacional e de distribuição de renda e diminuição das desigualdades.

Isso ocorreu na América do Sul, na África e até na Europa.

Na própria Ásia, com a atuação mais próxima de China, Rússia e Índia, o modelo neoliberal, de domínio do capital financeiro sobre a economia real, é contestado.

Diante do crescimento da contestação ao seu poder, o neoliberalismo reage em várias partes do mundo. A cartilha atual é de atuação contra a política, em uma agenda de judicialização da prática política e das ações de governo.

Assim, as forças políticas anti-neoliberais têm cada vez mais dificuldades de exercer uma governança pró-ativa.

E o neoliberalismo está disposto a ir além.

Na impossibilidade de avançar com a sua agenda dentro dos marcos legais da democracia liberal-ocidental, o neoliberalismo se propõe a avançar com a sua agenda na base do poder autoritário.

Lideranças de extrema-direita têm se aproximado dos interesses do 'mercado' e vencido eleições. Seus governos têm apontado para a incorporações de legislações que criminalizam a atuação de movimentos sociais e sindicatos.

O Brasil é um exemplo disso.

Após 12 anos de um governo de caráter social democrata, a balança pendeu para o neoliberalismo nesses últimos 5 anos, dentro de um processo brutal de criminalização da prática política e de investigações contra a corrupção de viés político que acabaram impactando fortemente a economia.

O neoliberalismo, com seu viés autoritário, chegou ao poder no Brasil em 2016 por um processo de impeachment e em 2018 pelas urnas.

Os alvos da nova agenda neoliberal já estão claros: o SUS, a previdência pública, a Petrobrás e o pré sal, as hidrelétricas, o Banco do Brasil, a Caixa Econômica Federal, a Seguridade Social, o fomento da economia (através do BNDES) e o contingenciamento dos recursos orçamentários destinados aos programas sociais.

Tudo isso soma um conjunto de cerca de 5 trilhões de reais destinados a engordar o rentismo.

Os próximos anos serão de apreensão para toda a população trabalhadora.

Blog O Calçadão


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