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quarta-feira, 19 de junho de 2024

Professor Elias - uma vida em defesa da educação

Elias fez a diferença como professor e como diretor

Elias Reis, filho da Vila Tibério, botafoguense de coração e guerreiro incansável na luta pela educação. Nascido em um ambiente humilde, enfrentou desde cedo as dificuldades que a vida lhe impôs. Mas nada disso o impediu de seguir em frente e conquistar seus sonhos.

Estudante do Sinhá Junqueira, Elias viu-se obrigado, ainda na infância, a conciliar os estudos com o trabalho para ajudar a família. De engraxate à polícia mirim, ele sempre se esforçou para alcançar seus objetivos. Ao buscar vaga no ensino público para realizar o ensino médio, se deparou com a falta de vaga, principalmente para alunos pobres. Mas a falta de acesso ao ensino médio público não o impediu de buscar conhecimento: pagou com seu trabalho o ensino médio no Colégio Brasil.

Sua trajetória acadêmica foi sempre marcada por desafios e superações. Atrasou seu curso superior porque precisava trabalhar, mas nunca desistiu de seu sonho. Prestou um concurso de nível técnico no Hospital das Clínicas e, com um salário um pouco melhor, conseguiu ingressar no curso de ciências sociais na Barão de Mauá, onde estudou com grandes mestres como Gilberto Abreu e Melhem Adas. 

O professor de cursinho que atraía alunos e enchia salas de aula

Na faculdade, participou da campanha das Diretas e vivenciou o processo de redemocratização do país.Seus passos foram guiados pela paixão pelo ensino e pela democracia. 

Desde cedo começou a dar aulas, inclusive nas escolas públicas onde não teve oportunidade de frequentar como aluno. Criativo, fundou um cursinho em 1987, reintroduzindo a tradição democrática nas ciências humanas no Cooperativa Universitário Bandeirantes.

Era uma época de explosão dos cursinhos pré-vestibular e de competição entre os melhores. Foi assim que Elias, após o fechamento do Cooperativa, iniciou brilhante carreira como professor de cursinho, em Ribeirão, Franca e todo o interior de São Paulo. 

Paralelo a isso, entrou por concurso como professor na rede estadual, dando aula nas escolas Edgardo Cajado e Tomaz Alberto Whately. “Eu ganhava dinheiro dando aula em cursinhos, mas utilizava minha estada na rede pública estadual para desenvolver o trabalho de dar oportunidade aos estudantes dali de terem um horizonte de sucesso educacional”, diz orgulhoso.

Por um determinado tempo, se licenciou sem remuneração da rede estadual para acompanhar sua esposa, durante o curso de medicina, na cidade de Catanduva.


Retornou a Ribeirão Preto e à rede estadual como diretor de escola. Elias continuava sua missão incansável pela melhoria da educação pública, ao mesmo tempo em que seguia construindo uma trajetória notável em cursinhos como COC, Anglo e também escolas da região. No palco dos cursinhos, Elias viveu a época dos “professores estrelas”, que atraíam as matrículas e enchiam salas de aula.

Mas sua luta maior estava na rede estadual. Combateu duramente os retrocessos educacionais impostos pelo modelo de Estado mínimo, como o fechamento do noturno e do EJA, do qual sempre foi um entusiasta.

Elias foi um diretor querido e lembrado na escola João Palma Guião, no bairro do Dom Mieli. Também é inesquecível na Escola Divo Marino, do Portal do Alto. O nome dado à escola, inclusive, foi fruto de sua luta pessoal: “Ou davam um nome de um professor, alguém ligado à educação, ou meu conselho de escola não aprovaria”, afirma.


 

O orgulho ao relembrar a sua trajetória

Elias é exemplo vivo da importância do diretor na construção da identidade escolar.Profundo conhecedor dos desafios enfrentados pelos estudantes menos favorecidos economicamente ou socialmente - pois ele mesmo já foi um destes estudantes - Elias Reis é mais que professor: é um mentor inspirador que prova diariamente seu amor à educação através das suas atitudes dentro e fora das salas de aula.



Texto de Ricardo Jimenez

5 comentários:

Anônimo disse...

Um gigante da educação. Forte abraço ao amigo

Marcel Reginato disse...

Educador brilhante, Elias foi meu professor no Universitário Bandeirantes nos idos de 1986. Eterno mestre, é um amigo precioso que sempre conservarei com orgulho e admiração. Diante da trajetória de Elias, difícil ser original e não se lembrar das palavras consagradas de Paulo Freire: "O educador tem o dever de não ser neutro". Obrigado, Elias! Vai daqui, sempre, um abraço fraternal e saudoso!
Marcel Reginato

Anônimo disse...

PARABÉNS NOTA MIL P VC

Anônimo disse...

O melhor professor de história que conheço, parabéns amigo Elias

Alexandra disse...

Melhor ser humano que já conheci! Me trás ensinamentos desde sempre!!! Feliz em te lo conhecido no pátio do Tomás Alberto e ter nascido uma amizade que perdura à anos! Obrigada por cada ensinamento! E pela amizade! Parabéns pelo seu legado!!!

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