Páginas

quarta-feira, 8 de janeiro de 2025

MPF questiona Meta sobre mudanças em políticas de moderação no Brasil

MPF quer explicações da Meta


Ofício exige esclarecimentos sobre impacto de alterações anunciadas para moderação de conteúdo no Facebook e Instagram

O Ministério Público Federal (MPF) enviou, nesta quarta-feira (8), o Ofício nº 101/2025 à Meta, empresa responsável pelas plataformas Facebook e Instagram, solicitando esclarecimentos urgentes sobre mudanças anunciadas em sua política global de moderação de conteúdo. 

De acordo com o MPF, o objetivo do inquérito civil é apurar “eventuais violações de direitos fundamentais, imputáveis aos sete principais provedores de aplicação da internet que operam no Brasil” e verificar se as políticas de enfrentamento à desinformação e à violência digital estão alinhadas com a legislação nacional.

Entre os questionamentos levantados, destacou-se a eliminação de parcerias com agências de checagem de fatos, substituídas por um sistema de “notas de comunidade”, similar ao utilizado pelo Twitter/X. O MPF pediu detalhes sobre “a extensão deste rompimento, isto é, quantas agências de checagem deixarão de trabalhar em favor da moderação de conteúdo”.

Outra preocupação mostrada no documento foi a reclassificação das violações de conteúdo, com prioridade apenas para “violações ilegais e de alta gravidade”, enquanto as violações de “baixa gravidade” só serão moderadas mediante provocação de terceiros. O documento destacou a necessidade de esclarecimentos sobre “quais violações, ao revés, passarão a ser consideradas de baixa gravidade, tornando-se objeto de moderação apenas após provocação de terceiros”.

O MPF também questionou a Meta sobre a exclusão de restrições a temas como imigração e gênero, comumente debatidos no espectro político. Segundo o Ofício, a empresa deve explicar “quais ‘restrições em temas como imigração e gênero que são objeto de frequentes discursos políticos e debates’ serão eliminadas, esclarecendo quais os impactos de tais mudanças para a política de moderação”.

O procurador Yuri Corrêa da Luz destacou no ofício que o novo direcionamento pode representar um retrocesso no combate à desinformação. “Algumas das mudanças anunciadas alteram radicalmente uma parte substantiva daquilo que, neste Inquérito Civil, os responsáveis pelas plataformas Facebook/Meta e Instagram indicavam como providências que adotariam a fim de enfrentar desinformação organizada socialmente danosa e violência no mundo digital”, afirma.

O prazo para resposta da Meta é de 30 dias úteis. A empresa deve informar se as mudanças serão implementadas no Brasil e detalhar os impactos previstos. O MPF reforça que a ausência de resposta pode configurar crime, conforme previsto no artigo 10 da Lei nº 7.347/1985.

Em discurso em ato de abraço à democracia, ministro Alexandre de Moraes envia recado à Mark Zuckerberg

O Ministro do Superior Tribunal Federal, Alexandre de Moraes, em discurso proferido no Palácio do Planato nesta terça-feira (8), enviou um recado ao CEO da Meta, Mark Zuckerberg sobre este trabalhar com o presidente Trump para derrubar as leis de moderação e de checagem de fatos nos países da América Latina e da Europa. Veja no vídeo abaixo:



Nenhum comentário:

Massacre em Tremembé: MST cobra justiça e investigações aprofundadas

Crianças plantam mudas em memória a Valdir e Gleison Foto: Filipe Augusto Peres MST pede investigação aprofundada do caso