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quinta-feira, 19 de agosto de 2021

A18: Ato na esplanada do teatro Pedro II reúne mais de 20 entidades em defesa do serviço e do servidor público

 

Trabalhadores da Associação dos Servidores da Justiça Federal de Ribeirão Preto abrem faixa contra a "Deforma Administrativa".
Fotos: Filipe Augusto Peres



Servidores públicos municipais, estaduais e federais realizaram ato em frente à esplanada do teatro Pedro II nesta quarta-feira (18) contra a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) 32, da reforma administrativa, e o PL 26, de João Dória. A mobilização, convocada por centrais sindicais, denuncia a falta de diálogo por parte do presidente Jair Bolsonaro (sem partido), do governador tucano e os prejuízos de uma possível aprovação das reformas para o serviço públicoOs manifestantes também pediram o impeachment de Bolsonaro e denunciaram a privatização dos Correios.

 

Presidente do Diretório Municipal do PT, o advogado Jorge Roque ressaltou que as medidas propostas são um retrocesso aos anos 20, anterior ao período Vargas.

“Tornam o servidor dependente do governante de plantão. É uma reforma que não faz avançar os serviços do Estado e muito menos traz mais eficiência”

 

Médico, integrante do PCB, Jabá destacou que há ataque ao capital em todos setores e que os servidores é quem garante as políticas públicas.

“É o servidor quem vai garantir a saúde, a educação, o transporte, mas o que vemos é uma terceirização, vender cada uma dessas partes”

 

Jabá criticou o crescimento das clínicas populares onde as pessoas gastam o dinheiro nelas e, depois, acabam voltando para o SUS.

“Elas voltam para o SUS porque uma hora não conseguem mais. Uma hora um exame vai ficando mais caro, outra hora outro e nisso os empresários já ganharam o seu lucro enquanto a população permanece sem saúde”.


Estudante ligado à UNE fala durante o ato.

Integrante do judiciário estadual, do Tribunal de Justiça de São Paulo e do Coletivo Sindical TLS, Sônia Silva disse que, além dos trabalhadores precisarem lutar contra o desmonte do serviço público é necessário o apoio da população.

“Porque que mais precisa do serviço público, quem será mais prejudicada se, tanto a PEC 32, de Bolsonaro, quanto o PL 26, de João Dória, passarem”.

 

Professora, militante da Resistência/PSOL e coordenadora da APEOESP, Subsede de Ribeirão Preto, Ana Amália acredita que o A18 é o primeiro de muitos outros que ocorrerão para derrotar a PEC 32 e o PL 26.

“São dois projetos da Reforma Administrativa que detonam com o servidor público, mas, por tabela, detona com todo o serviço público porque o serviço público não existe sem esse servidor”.

 

A Coordenadora da Subsede de Ribeirão Preto lembrou que sem o serviço público o caos causado pela pandemia e as políticas neoliberais de Dória e Bolsonaro seria muito maior. Ana chamou atenção para o papel do Instituto Butantã e da FioCruz no desenvolvimento de vacinas e do SUS para vacinar e atender a população.


Mauro Freitas, da Coordenação Regional da União dos Movimentos de Moradia (UMM) afirmou a solidariedade do Movimento com os servidores públicos. De acordo com o arquiteto, a demissão dos servidores será facilitada com a PEC 32, além de que os concursos públicos serão extintos, o que favorece a contratação via conchavo político.

"As contratações vão ser no toma lá da cá. Isso é um absurdo porque não se premia as pessoas que, realmente, têm competência, que se esforçam e buscam o trabalho com melhores condições"


Outro ponto destacado pelo militante do movimento de moradia é o congelamento de salários em um período de desemprego e volta da fome.

"Você não tem mais negociação para salários. A inflação, do jeito que temos hoje, anual, a falta de alimentos, a crise econômica gerada pela pandemia e as políticas neoliberais, cria uma situação insustentável. Essa Reforma Administrativa é uma situação que ninguém aguenta mais. 

 

Privatização dos Correios

 

Diretora do Sindicato dos Correios de Ribeirão Preto e região, Fernanda Romano lembrou que o A18 aconteceu em 19 estados mais o Distrito Federal e reforçou que, além da PEC 32, do PL 26, é preciso lutar contra a privatização dos Correios. Fernanda reforçou que a empresa passar por uma redução de funcionários e que não há contratações desde 2011.

“Só para explicar para a população, até alguns anos atrás, os Correios ocupava os primeiros lugares de satisfação dos clientes e nós fomos perdendo isso por conta das indicações políticas dentro da empresa. Nós não temos contratação desde 2011, o pessoal saiu, a cidade aumentou. Desse modo, o quadro de funcionários foi muito diminuído. Por isso que o serviço está tão difícil de ser realizado, por falta de funcionários”

 

A Diretora do Sindicato afirmou que a privatização não é a solução e explicou o porquê.

“A privatização dos correios não é a solução. Hoje o Correios possui monopólio de correspondência simples. As encomendas, que é o carro chefe, já não tem mais monopólio. Se a população acha que melhoraria, é só dar uma procurada nestas outras empresas, pois os valores são maiores, elas não fazem entrega nos lugares mais afastados como cidades e bairros. Nesses casos, as empresas privadas pegam as encomendas e postam no Correios para que ele faça a entrega. A privatização não vai melhorar para ninguém, só vai piorar. Nós vamos ter muitas cidades sem a prestação de serviço, os valores vão aumentar e teremos por volta de 100 mil funcionários na rua, ou seja, serão 100 mil famílias na rua”.

 

A servidora pública ainda lembrou que o Correios gera lucro para o governo.

“Outro ponto muito importante, o Correios é uma empresa que dá lucro, é uma empresa com viés social e que dá lucro. Nós não pegamos nenhum real do governo, pelo contrário repassamos dinheiro para ele. O que está acontecendo, hoje, é uma falta de funcionários. É preciso contratar funcionários.


E encerra.

“Se o Correios é uma empresa que dá lucro, para quê vender?”


Trabalhadores dos Correios abrem bandeira em defesa da empresa estatal.

Participaram do ato Sindicato dos Servidores Municipais de Ribeirão Preto, Pradópolis e Guatapará, Assojuris, ADUSP, SINTUSP, APEOESP, PSOL, PT, PCB, Federação Nacional dos Correios, CUT, Unidade Popular, Juntos, UJS, Associação dos Servidores Públicos Aposentados, Escola na Luta, CTB, União dos Movimentos de Moradia, MST, Coletivo Sindical Travessia, Coletivo Sindical TLS, SindLuta, Juntas, SINJURIS, Mandato Duda Hidalgo, Mandato Ramon Todas as Vozes, Mandato Popular Judeti Zilli e Correios.

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