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sábado, 18 de julho de 2015

Apoio a Eduardo Cunha revela: MBL e Revoltados Online não falam a língua do jovem da periferia, do jovem trabalhador, do jovem negro!

Essa já era uma percepção bastante clara mesmo antes das denúncias graves que atingiram o atual Presidente da Câmara dos Deputados.

Senão, vejamos. Quais as pautas defendidas por Eduardo Cunha? Redução da maioridade penal, constitucionalização de doações empresariais para campanhas eleitorais, terceirização trabalhista, o malfadado estatuto da família, a oposição ferrenha ao Marco Civil da Internet e por aí vai.

À estas pautas "cunhistas" se somam todas as outras que são claramente defendidas pelos movimentos citados no título do artigo: são contra as políticas afirmativas (como as cotas para negros), são contra as políticas de distribuição de renda (como o bolsa família), são contra as políticas de subsídio à educação superior, contra as pautas LGBT, atuam para restringir a liberdade de cátedra dos professores e defendem privatizações amplas e irrestritas como a da Petrobrás, em uma defesa falaciosa de um tal de "estado mínimo" em nome de um outro tal de "liberalismo econômico" aliado com um "conservadorismo nos costumes". 

Bom, "conservadorismo nos costumes", com todas as controvérsias históricas e literárias que o tema do moralismo enseja, existe de fato, assim como o "estado mínimo". Agora, "liberalismo econômico" é algo tão abstrato quanto cabeça de bacalhau. O mundo nunca foi liberal na economia. A história demonstra uma constante batalha nesse campo, assim como em todos os outros, onde quem tem mais poder se impõe ao outro. Tirando um breve período, entre 1945 e 1973, onde o Estado do Bem Estar Social cresceu, todo o restante da história do capitalismo é de imposição do poder do capital cartelizado sobre os interesses das pessoas. Quem fala em "liberalismo econômico" geralmente fala a língua dos poderosos.

Logo, o discurso propagado por tais "movimentos" sempre foi falacioso e propositalmente enganoso, mas agora, após as denúncias contra Cunha, ele se torna incoerente e perverso.

Quer dizer que os crimes de Cunha são aceitáveis em nome de um tal de "anti-petismo"? Para combater o que chamam de "bolivarianismo" serve se aliar a qualquer um? Quer dizer que Capa da Veja só serve para o PT? Que posicionamento é esse?

Vexame total!

Na verdade, MBL e Revoltados Online são o caldo reacionário, atrasado e maquiavélico que restou das jornadas de junho de 2013 após a Globo conseguir transformar o sentido daquelas manifestações. 15 de março, 12 de abril e 16 de agosto são as datas onde o monstrinho midiático desfila em suas micaretas com a camisa da Nike, servindo de costela de atuação da Casa Grande, a quem Cunha serve até a medula.

Ao jovem da periferia, ao jovem trabalhador, ao jovem negro interessam outras pautas. Interessam as pautas que promovam a construção, consolidação e avanço de políticas públicas que propiciem educação, informação, liberdade, inclusão. À esses jovens interessa o diálogo franco, honesto, aberto, racional. Interessa o hip hop, o rap, a dança, a integração de cores, a poesia, a camaradagem, a honestidade.

O jovem que sonha com um país melhor deve se associar à força do povo trabalhador na construção de um projeto nacional de desenvolvimento, que coloque as forças do Estado e da sociedade na luta pela redução das enormes desigualdades sociais que assolam este país continental de 200 milhões de pessoas. O jovem deve rejeitar qualquer tipo de mal feito, venha de onde vier, e defender a investigação ampla de todos. O jovem deve defender um país onde os instrumentos de mídia sejam democratizados e onde a internet livre alcance todos os lugares e onde a escola seja um local para viver e conviver na diversidade e na melhoria pessoal de cada um como ser humano.

Vivemos, com todos os erros e insuficiências, um período recente onde bem ou mal houve uma expansão dos instrumentos de Estado, na educação, na moradia, na distribuição de renda, e milhões puderam acessar o mercado consumidor e conquistar um emprego. Regiões como a Norte e Nordeste experimentaram um avanço pela primeira vez na história em relação ao centro-sul. Esse é o caminho, mesmo que para continuar a segui-lo seja necessário corrigir rumos, doa a quem doer.

É contra isso que atuam Cunha, MBL, Revoltados e et caterva. Todos irmanados na famosa frase recente do candidato mineiro-carioca derrotado nas eleições: "somos a verdadeira oposição ao Brasil!". O jovem brasileiro não merece isso.

Que toda essa crise política sirva para novamente separar o joio do trigo, sirva para abrir os olhos de muitos para as manipulações de uma mídia monopolizada e sirva para reaproximar os movimentos sociais dos jovens para que possamos vencer essa ceara de terror e avançar na construção de um país para todos.

Ricardo Jimenez

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