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quarta-feira, 16 de setembro de 2015

Joaquim Levy é um retrocesso intolerável!

O fato de ser arrogante, pedante e se portar como se não fosse subordinado a Presidente da República não é o mais importante. O mais importante é que a sua presença como Ministro da Fazenda é a maior das discrepâncias de um governo que foi reeleito justamente por defender na campanha um discurso que é a antítese de Joaquim Levy.

Levy é o representante da ortodoxia econômica, aquela que defende e aplica garrotes nas economias dos Estados Nacionais. Para gente como Levy o que conta é se um governo tem conseguido ou não juntar dinheiro para pagar ao sistema os juros e amortizações que o sistema precisa para continuar a azeitar a ciranda financeira.

Assim como ocorre no mundo todo, vejamos o recente caso grego, Levy é o cara responsável por fazer essa "economia" para pagar a banca, mesmo que seja à custa do sacrifício do trabalhador ou da diminuição dos programas sociais e da seguridade social, que atendem aos que mais precisam.

A resposta do porque Dilma chamou para o seu governo alguém da estirpe de Levy (vindo do banco Bradesco, uma das instituições que menos pagam impostos e mais lucram) é algo que necessita muitos artigos para se compreender. Mas a sua presença no governo é intolerável.

Eu defendo o governo Dilma, com críticas, muitas, mas defendo. Defendo porque defendo a democracia, defendo o projeto popular iniciado por Lula em 2003, e do qual Dilma é sucessora, e defendo, fundamentalmente, porque do outro lado a coisa é muito pior para o povo. Jamais cruzarei os braços diante da possibilidade de alguém como Aécio Neves chegar ao governo central montado num golpe de Estado.

Não passarão!

Mas não engulo Levy. E o movimento social também não deve engolir Levy. Se tem de haver ajustes, e tem, que ele seja maior para os mais ricos e não para o trabalhador.

Mas não é assim que pensa Levy. Diferente do Ministro do Planejamento, Nelson Barbosa, que pensa o país de maneira mais estratégica, Levy é apenas um contador do sistema e um protetor dos mais ricos.

Dentre as propostas para se ajustar a arrecadação diante do déficit anunciado estava a cobrança de imposto de renda sobre lucros e dividendos empresariais. Essa é uma anomalia criada por FHC em 1995 e que dá a possibilidade para os magnatas de ganharem milhões na forma de lucros e dividendos sem pagar imposto de renda, enquanto o trabalhador paga 27%. Coisa boa, não?

Pois bem, se fosse cobrada a alíquota de 15% sobre esses rendimentos, o ajuste fiscal já estaria fechado, pois seriam 53 bilhões a mais nos cofres do governo e ainda abrindo a possibilidade de se reajustar a tabela do IR para todo mundo, atenuando a carga sobre o assalariado.

Mas Levy foi contra. Preferiu não comprar briga com o andar de cima.

Em outubro de 2014, 54 milhões de brasileiros votaram e reelegeram Dilma Roussef. Nenhum deles merece Joaquim Levy.

Ricardo Jimenez

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