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segunda-feira, 11 de dezembro de 2017

Qual o papel de Ciro Gomes em 2018?


Quando mais uma vez notícias veem à tona sobre uma possível aliança entre Ciro e Lula, agora num segundo turno onde, de acordo com as notícias, há um pacto de um apoiar o outro, é preciso perguntar: qual o papel de Ciro Gomes em 2018?


Essa pergunta é muito importante porque 2018 se anuncia um ano cuja batalha central será Lula contra o golpe. Com cerca de 40% do eleitorado nas principais pesquisas e em caravana pelo Brasil lutando para ter direito à sua candidatura e para dialogar com o povo, Lula é naturalmente o nome central da disputa política do momento.

Diante disso, o que representa Ciro e o PDT?

Ciro é indiscutivelmente uma liderança que tem, a seu modo, combatido o golpe de 2016, sem deixar de buscar sua independência a partir de críticas ao chamado 'lulopetismo' que governou o Brasil por 13 anos, alguns dos quais Ciro atuou como importante Ministro e apoiador.

Também é indiscutível sua capacidade hoje de conversar com a juventude que frequenta o ambiente universitário do Brasil, defendendo, como defende desde 1998, um projeto desenvolvimentista, keynesiano , industrializante e democrático para o Brasil. E isso tem uma grande importância, tanto o projeto em si quanto o alcance que tem dentro do ambiente da juventude universitária.

Além disso, no cenário com Lula, Ciro alcança 6% do eleitorado, o que não é pouco em um momento em que a campanha nem começou e que Ciro está fora do fogo direto que hoje se concentra em Lula.

Ciro faz o combate necessário ao neoliberalismo evitando se rotular como um candidato de esquerda, buscando caminhar por uma parcela do campo progressista e democrático, e até de uma classe média liberal, como uma terceira via. Inclusive Ciro evita tecer críticas duras à Lava jato ou à mídia tradicional. E esse é um caminho legítimo e compreeensível.

Ciro também caminha bem por uma parcela do campo do pensamento de esquerda que não consegue ver mais no petismo ou em Lula uma possibilidade de romper com a política tradicional.

Em suma, a candidatura Ciro, pelo PDT, dentro das atuais circunstâncias, onde uma ampla aliança à esquerda, popular e democrática parece improvável, é algo extremamente positivo, mesmo tendo um discurso muito mais focado no aspecto econômico do que no aspecto político da batalha que se aproxima em 2018.

Que venha Ciro e seu programa desenvolvimentista e antineoliberal contribuir na luta pela reconstrução necessária do Brasil.

Ricardo Jimenez


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