os
generais brindam com champanhe nuclear,
enquanto a Palestina conta cadáveres
como quem conta estrelas numa noite sem céu
chamam de
paz
o que fede a pólvora,
o que veste uniforme made in USA,
o que pousa em Caracas com passaporte diplomático
e no bolso uma ordem de captura
que explode pescadores em mar aberto
os
demônios têm muitos nomes:
“guerra às drogas”,
“ordem baseada em regras”,
“cooperação estratégica”
todos disfarces de um mesmo corpo gordo,
um mesmo olho que vigia,
um mesmo dente que morde
mas há
também outros nomes:
Bolívar, Fidel, Alí Primera,
a juventude que ergue 37 mil projetos
como quem planta sementes contra a morte
eles
dizem:
a paz é impossível sem submissão
e nós respondemos:
a paz é impossível sem justiça
e entre o
rugido dos tanques
e o riso nervoso das bolsas de valores,
uma canção popular insiste,
feroz e terna,
que não será por meio da guerra,
mas pela solidariedade dos povos,
que salvaremos este planeta
do maior de todos os demônios:
o imperialismo.
Poema escrito a partir do artigo "A paz, a guerra e outros demônios"
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