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segunda-feira, 20 de janeiro de 2020

Eleição no Sindicato dos Servidores esquenta o início do ano



No início de fevereiro vai acontecer a eleição para a nova diretoria que comandará o Sindicato dos Servidores Municipais de Ribeirão Preto, Guatapará e Pradópolis. Três chapas foram inscritas no processo eleitoral que movimenta mais de 10 mil servidores públicos.

As chapas 1 e 3 já foram homologadas enquanto a chapa 2 aguarda resultado de ação judicial.

A eleição acontece em um momento bastante delicado para o movimento sindical. A política ultra-neoliberal adotada no Brasil a partir de 2016, e conduzida localmente pelo governo Nogueira, tem no desmantelamento do sindicalismo um de seus pilares, principalmente do sindicalismo ligado aos servidores públicos, o mais forte braço do sindicalismo brasileiro na atualidade. Aliás, os servidores e o serviço público são os próximos alvos dos ataques do governo Bolsonaro/Guedes em nível nacional, mas Nogueira já conduz essa política aqui em Ribeirão Preto desde que tomou posse em janeiro de 2017.

A luta contra o sistema neoliberal e contra a destruição dos direitos trabalhistas, e do serviço público, dependerá muito de como o sindicalismo vai reagir a esse avanço do capital sobre o trabalho. Esse é o debate de fundo que permeia as eleições no Sindicato dos Servidores nesse momento. Qual chapa poderá ter a possibilidade de adotar a política correta diante da atual conjuntura?


Mas é claro que uma eleição sempre esquenta os ânimos e essa não é diferente, principalmente porque esse embate eleitoral sindical traz consigo muitos elementos políticos locais. O primeiro elemento se refere às denúncias e prisões da operação Sevandija, ocorrida em 2016, que atingiu ex-membros importantes do Sindicato à época, como o ex-presidente Wágner Rodrigues, e interferiu no processo político daquele ano. A Sevandija ainda vive entre nós e aparece no debate da eleição sindical e aparecerá no debete municipal desse ano.

O segundo elemento se relaciona com os avanços da política neoliberal e anti-servidores desenvolvida por Nogueira. O Prefeito, assim como Bolsonaro em Brasília e Dória em São Paulo, tem conseguido aprovar sua agenda de reformas neoliberais, apesar das greves e mobilizações, e isso causa um ambiente de tensão nas bases sindicais impactando, logicamente, o processo eleitoral.

O terceiro elemento se relaciona com a esquerda local, ou seja, a divisão de militantes sindicalistas pertencentes a partidos de esquerda e às centrais sindicais nas diferentes chapas. As rusgas e os ataques têm subido de tom nos últimos dias entre militantes do PT, PSOL, PCdoB e as centrais CUT, CTB e Conlutas, o que aumenta também a tensão entre militantes que por diversas vezes, e recentemente, estiveram juntos nas lutas por direitos e nas greves.

Portanto, da para se ter uma ideia do quanto essa eleição tem esquentado o cenário político nesse início de ano.

Para trazer esse debate a quem nos segue e ao público em geral, inclusive tentando mostrar qual a importância dessa eleição na vida do cidadão, essa semana o Blog O Calçadão irá entrevistar representantes das chapas 1 e 3 e você pode participar, basta encaminhar suas perguntas para o whatsapp 16993022958 e sua questão poderá aparecer nas entrevistas.

As entrevistas serão gravadas na quarta e quinta e serão, simultaneamente, publicadas no sábado no nosso canal do Youtube. Participe.

Blog O Calçadão

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