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quinta-feira, 11 de fevereiro de 2021

Fracasso do neoliberalismo exige organização da classe trabalhadora

 


Nos últimos 40 anos o mundo vive sob as ordens do capitalismo neoliberal, modelo que apresenta quatro vertentes principais: desindustrialização (com exceção da China), financeirização da economia (beneficiando os chamados "rentistas", milionários cuja riqueza não produz um parafuso) sob controle dos grandes conglomerados bancários/empresariais, privatizações dos serviços públicos, destruindo o conjunto de direitos dos Estados de Bem-Estar Social construídos no período 1930/1980 e destruição dos direitos trabalhistas conquistados como muita luta pela classe trabalhadora entre o final do século 19 e primeira metade do século 20.

Como se pode ver na ilustração do texto, o modelo adotado é um sucesso para os rentistas, mas um colossal fracasso para o mundo. Fracasso esse desnudado desde a crise de 2008 e só vem piorando. Junto do fracasso neoliberal renasceu o populismo de direita, ameaçando as conquistas em direitos humanos advindas também de muitas lutas por décadas.

Esse início da terceira década do século 20 começa assim: as economias dos países em frangalhos (os países do chamado G7 estão todos com endividamento maior que 100% do PIB), a desindustrialização e a precarização do trabalho se agigantam nos países periféricos, a violência aumenta e os espaços democráticos diminuem.

E tudo piorou com a pandemia. Piorou muito.

Porém, a receita dos 'mercados', os conglomerados que controlam o sistema econômico, é aumentar a dose de neoliberalismo, esmagando ainda mais os direitos dos trabalhadores e destruindo de vez a capacidade de investimento e distribuição de renda dos Estados nacionais.

É a receita que busca empobrecer mais ainda os trabalhadores e sugar o orçamento dos países para manter o ganho do rentismo, o 1% que conseguiu ampliar a sua fortuna em plena pandemia.

Diante disso o que resta à classe trabalhadora? Partidos de esquerda, sindicatos, movimentos sociais e o próprio papel do Estado estão em xeque no mundo todo, inclusive no Brasil, principalmente após o golpe de 2016 continuado em 2018, quando uma maioria militar, em aliança com o setor rentista nacional, impôs uma pressão no STF para manter Lula preso e eleger Bolsonaro.

O mundo pós-pandemia pode ser ainda pior do que o vivido nos últimos 40 anos, com a adoção de um neoliberalismo autoritário.

Contra isso a classe trabalhadora precisa de organização teórico-prática, unidade e ação. E, infelizmente, isso ainda está em lenta reconstrução, pois a crise do capitalismo e as transformações no mundo do trabalho geraram um distanciamento entre a classe trabalhadora e suas organizações.

Para enfrentar o fracasso e a ameaça neoliberal a classe trabalhadora só tem as armas da organização e da luta.

Blog O Calçadão


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