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terça-feira, 2 de fevereiro de 2021

Repúdio ao Professídio 2 - Por Luciana Porfirio



Hoje ouvi no rádio que na fase vermelha (não adianta forjar amarela, a laranja, etc.) a cor não importa. Informaram que fechou a partir de hoje:

1. Detran (Departamento de trânsito);
2. Autoescolas: tiveram aulas presenciais canceladas;
3. Sessões da câmara municipal: que ocorrerão de forma remota pelo meet, zoom,outros.
4. O judiciário também totalmente parado para julgar as causas dos mortais, mas para revogar decretos homicidas, são ágeis.
Daí pergunto: se estes órgãos estão trabalhando online, remoto, etc., por que a escola, que reúne muito mais pessoas vai funcionar? A população clama pelo retorno presencial? 74%? Também somos 75% fora Bolsonaro e nem por isso temos sido atendidos.
O que a população não sabe é que, mesmo havendo cumprimento de protocolos, a reunião de pessoas fechadas em um só lugar, aumenta potencialmente o risco de transmissão da COVID-19.
Os leitos aqui em Ribeirão Preto e na região estão colapsados.
Por mais que se adote protocolos rígidos de proteção sanitária como supostamente fez várias escolas privadas, a de Taquaral em Campinas (não quero nem pensar nos esforços da pública) a única forma de eliminar a propagação é o isolamento social. Isto porque nenhum espaço é seguro ou imune a proliferação do vírus, NENHUM.
Reitero: uma única pessoa pode contaminar outras 200.
Também ouvi que, neste momento as famílias (que querem muito o retorno presencial das aulas) podem “optar” pelo direito à educação na forma presencial. Este opcional das famílias será como? Estará documentado?
1. Se está, é preciso que estes familiares saibam que isso é o mesmo que assinar uma confissão de assassinatos que não terão cometido;
2. E que ao fazerem isso, estarão isentando os verdadeiros culpados;
3. Se, como resultado da convivência escolar no mesmo espaço (independentemente do percentual de alunos atendidos e medidas adotadas), um aluno, seus familiares ou mesmo seu professor for infectado, esse documento serve para proteger legalmente os “decretadores” do retorno presencial.
4. Essa “opção”, uma vez assinada por estes familiares, do tipo “Termo de consentimento de volta às aulas presenciais” ou coisa parecida, é jogar a responsabilidade das vidas que serão comprometidas em cada unidade escolar sob os ombros dos familiares;
5. É condenar professores, por decreto, a exporem suas vidas, me faz lembrar o Titanic que zarpa mesmo não tendo bote salva-vidas para todos (perdoem a analogia boba);
6. Os responsáveis pelos alunos “podem ou não” aderir a ida presencial dos filhos às escolas?
7. E aos servidores públicos que atuam nas escolas, qual opção lhes foram dadas?
8. Para estes, não há opções. Vá enfrentar o inimigo sem escudos e totalmente exposto. Isso é que é obrigatório para os profissionais das escolas.
9. Então, que seja, obrigatório também um documento que resguarde estes profissionais e seus familiares em caso de contaminação, que a partir de 08/02 será sim, decorrente desse convívio escolar sem estar imunizado;
10. Que esforços serão feitos para dar garantias de vida aos professores e demais usuários da escola?
São só conjecturas, humildes e sinceras, quiçá medrosas, mas antes elas a ter que dominar a ciência do marketing de comportamento. Apenas celebrem a democracia.

*Professora Luciana Porfirio é colaboradora do Blog o Calçadão.

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