Vemos nessa última etapa do primeiro turno eleitoral em Ribeirão Preto aquilo que este blog já dizia em artigo passado, ou seja, o alckmismo/golpismo do A se unindo para derrubar Ricardo Silva, o alckmismo/golpismo do B. Todos defensores do golpe contra Dilma Roussef e defensores do governo Temer.
Mas Ricardo Silva está pagando um preço caro por ter acreditado que poderia rivalizar com a máquina tucana na disputa do voto conservador em Ribeirão Preto. O PDT paulista é da base de apoio de Alckmin e Ricardinho, crente nisso, foi com tudo no apoio ao golpe contra a Presidente Dilma Roussef, foi com tudo na seletividade hipócrita 'anti-corrupção', característica de quem se veste com a camiseta da CBF/Nike, foi com tudo no discurso conservador, anti-petista, retrógrado, pautado pela mídia local e confiante no eleitorado que colocou 50 mil pessoas nas ruas 'contra a corrupção'.
Duarte Nogueira é o candidato de Alckmin, o candidato do agro-negócio, dos magnatas e o queridinho dos movimentos de rua vestidos com a camiseta da seleção. Não importa se Nogueira só apareça em Ribeirão de 4 em 4 anos, ele tem todo o esquema a seu favor, o esquema que protege tucanos e acusa adversários.
É assim nacionalmente, é assim localmente. E o trator tucano ameça passar por cima de Ricardinho.
Protegido pela mídia, Nogueira pode se safar das denúncias de corrupção, do merendaço, apontar o dedo para os outros, ter seus fiéis escudeiros a lhe dar guarida (Gandini e Rodrigo Camargo) e propagar livremente as balelas de que vai trazer AMEs, trazer Bom Prato pro HC, fazer moradia e tudo mais que no dia a dia o governo tucano precariza e corta.
(Rodrigo Camargo não é o candidato da Dárcy, até porque seria loucura o ser. Rodrigo Camargo é o candidato de Campos Machado, Presidente estadual do PTB e alckmista de quatro costados, para auxiliar o Nogueira contra Ricardo Silva).
Pobre Ribeirão Preto, seguirá sua sina mais 4 anos, no mínimo...
E vem aí um segundo turno terrível para quem acredita e sonha com uma Ribeirão Preto inclusiva e progressista. Ou consolida-se o embate entre Nogueira e Ricardinho, ou o juiz Gandini entra no lugar do filho de Rafael Silva, caso o trator que está sendo direcionado a Ricardo faça o efeito esperado.
Gandini, do PSB, partido do vice-Governador do Estado, é o adversário dos sonhos de Nogueira num segundo turno, pois fará o que sempre faz: levantará a bola para Nogueira chutar. Aliás, Gandini faz escada para Nogueira desde o primeiro turno de 2012, fato que levou o PT a 'convidar' o juiz a deixar o partido assim que o primeiro turno daquela eleição chegou ao fim.
Gandini é, talvez, um dos maiores arrependimentos da história petista em Ribeirão Preto.
Acompanhamos um debate pobre, falso moralista, deslocado da pauta nacional, como se Ribeirão Preto fosse uma ilha. Um debate de promessas vagas às quais se confrontam com a política de ajuste fiscal defendida pelos mesmos que prometem.
Não se discute que os partidos de todos os candidatos comprometidos com o golpe que foi dado são, além de aliados de Alckmin, aliados de Temer e suas reformas que trarão gigantescos prejuízos à classe trabalhadora.
Prometem escolas em Ribeirão Preto e votam a terceirização da educação e o fechamento de escolas na ALESP e no Congresso. Prometem saúde gratuita para todos mas fazem coro com o governo Temer na diminuição do SUS. Prometem moradia para os pobres mas votam pelo fim do Minha Casa Minha Vida.
Prometem escolas em Ribeirão Preto e votam a terceirização da educação e o fechamento de escolas na ALESP e no Congresso. Prometem saúde gratuita para todos mas fazem coro com o governo Temer na diminuição do SUS. Prometem moradia para os pobres mas votam pelo fim do Minha Casa Minha Vida.
Não se discute que, seja com qualquer um destes acima, a Prefeitura permanecerá sendo controlada pela ACI, pelos usineiros, pelos banqueiros, pela especulação imobiliária e continuará a adotar uma postura violenta e repressiva contra os movimentos sociais.
E a esquerda?
Há esforços importantes para a construção da unidade de esquerda e progressista em Ribeirão Preto, envolvendo partidos, coletivos anti-golpe e movimentos populares de todos os segmentos.
Mas ainda é insuficiente para se competir em condições mínimas com os instrumentos de propaganda e mídia da direita.
Em termos eleitorais, o Dr. Hermenegildo (PSOL) permanece fora dos debates na TV e sem condições materiais de fazer frente nessa campanha e o Wágner Rodrigues (PCdoB), com raros espasmos de boa e certeira política anti-golpista, continua debatendo gestão, preso a um discurso circular imposto pela mídia e sem possibilidades de explorar nem a Sevandija e nem o merendaço.
Ricardo Jimenez
Um comentário:
Excelente sua analise sobre o debate de ontem e o quadro eleitoral uma semana antes das eleições. Só quero esclarecer alguns pontos : primeiro o PT local, ou melhor, os senhores donos do PT de Ribeirão Preto, não se envergonham nem se arrependem da indicação do Gandini nas ultimas eleições, ele foi mais um laranja, porque na verdade era a prefeita a candidata "petista" e devem lembrar que eu disse cara a cara para o Gandini que ele não nos representava (petistas fora do rolo compressor interno). Segundo: O Wagner está fazendo o papel dele, não bate porque pretende pegar carona com o candidato vencedor, seja Ricardo ou Nojeirinha, como sempre fez já que é governista e como levou um pé na bunda de Darcy, resolveu fazer "oposição". NADA DE NOVO !!
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