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domingo, 26 de maio de 2019

Educação vs Bolsonaristas: onde está o povo?


A foto que ilustra esse texto é das jornadas de junho de 2013. As cores e as pautas em nada lembram as características das manifestações com camiseta da seleção que, de 2015 para cá, se transformaram em bolsonaristas.

O povo estava nas manifestações de 2013 antes de se tornarem anti-políticas e seletivamente anti-corrupção. Ali as pautas eram em defesa de direitos, basicamente de serviços públicos de qualidade: saúde, educação, segurança, transporte.

Portanto, as coisas tomaram caminhos diferentes a partir de 2013.

É nessa perspectiva que devemos tentar compreender a disputa de manifestações de hoje em dia: a manifestação daqueles que defendem a educação diante dos cortes do atual governo e a manifestação de grupos bolsonaristas e lavajatenses defendendo o fechamento do Congresso e do STF como resposta à perda de popularidade do Presidente.

Onde está o povo?

Está onde esteve na eleição, vendo de longe e tomando, aos poucos, suas decisões políticas.

Na eleição, 57 milhões foram de Bolsonaro, 43 milhões foram de Haddad e 50 milhões se abstiveram.

Nesses primeiros 6 meses de governo Bolsonaro, parte da população tem demonstrado, em pesquisas, que está analisando negativamente o governo. A tensão social cresce desde o governo Temer, a partir dos retrocessos da agenda neoliberal.

A tensão social começou a ganhar as ruas diante dos cortes na educação (que levaram 2 milhões às ruas dia 15 de maio) e poderão fazer, em breve, também em defesa da saúde, pelo emprego e, dia 14 de junho, em defesa da previdência pública.

Ainda restrita a um público que não votou em Bolsonaro, essas manifestações podem ganhar pessoas arrependidas do seu voto, dando um caráter mais próximo a 2013 às mesmas.

Com relação à manifestação em defesa de Bolsonaro, com um caráter forte de crítica à democracia e às instituições (refletindo posturas autoritárias e intolerantes desse grupo), que deve levar neste domingo (26 de maio) em torno de 200 mil pessoas às ruas, tende a diminuir e ficar cada vez mais radical, apontando para um isolamento do governo, caso se mantenha esse viés de confronto inicial.

Ou seja, com relação à disputa entre manifestações, o povo ainda assiste de longe, com um potencial maior de engrossar as manifestações em torno de defesa dos direitos.

Esse é o cenário no horizonte próximo.

Blog O Calçadão

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