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domingo, 26 de maio de 2019

Ribeirão Preto: resumo da semana (26/05/2019)

Semanalmente o blog O Calçadão publica um resumo comentado das principais notícias que agitaram Ribeirão Preto.

1. Água e esgoto com preços de 'mercado'?

Em 2016 o Poder Público municipal, em adequação à Política Nacional de Saneamento Básico, criou o conselho Municipal de Saneamento (participação da sociedade civil na fiscalização do sistema, inclusive da política de preços). Acontece que no ano passado, Nogueira criou outro conselho ligado à agência reguladora Ares-CPJ. A Câmara de Vereadores desconfia que esta manobra prenuncia preços de 'mercado' para a água e o esgoto de Ribeirão Preto e afirma que qualquer alteração deve ser aprovado pelo Conselho de 2016.

2. PIB 1%, inflação 4%, desemprego 12%

A situação econômica do país piora a cada mês. Fruto das políticas neoliberais aplicadas a partir do governo Temer, o Brasil não mostra ter força para sair da recessão e a alta do dólar (4 reais) pressiona a inflação. Essa situação é bastante impactante para uma cidade como Ribeirão Preto, dependente do comércio e dos serviços. A crise econômica agrava a crise fiscal, com o enfraquecimento dos orçamentos públicos prejudicando os serviços públicos. O atual governo acena com a privatização da previdência pública como única saída para a crise e a popularidade do Presidente cai nas pesquisas.

4. Desmonte dos Correios

O governo federal pretende fechar 161 agências próprias dos Correios no Brasil. São 26 no Estado de São Paulo. Em Ribeirão Preto será fechada a agência da Avenida da Saudade e o setor de filatelia da unidade da rua Álvares Cabral. Além disso, em junho será aberto o programa de demissão voluntária na estatal (PDV). Tudo caminha para o processo de privatização dos Correios. O INSS também anunciou essa semana que pretende manter os seus atendimentos exclusivamente por telefone ou internet, fechando as agências físicas.


5. Mudança de Nogueira adiada

Estava previsto para o início desse ano a mudança da Prefeitura para a antiga de da Caixa Econômica Federal da rua Américo Brasiliense. Mas a licitação para reformas de adequação do prédio (ao custo de 4 milhões de reais) está atrasada e a mudança não tem mais previsão de acontecer. A pretensão do Prefeito é transformar o Palácio Rio Branco, centenária sede da Prefeitura em um museu. No futuro, Nogueira quer construir um centro administrativo nos Campos Elíseos (está até vendendo terrenos públicos para isso). Observando as condições dos museus da cidade da para prever o futuro do Rio Branco. E enquanto isso, a "Baixada", onde o projeto de um shopping na área da antiga cervejaria Antártica subiu no telhado, permanece abandonada.

6. Leite Lopes privatizado

Dando sequência à sua intenção de privatizar tudo em São Paulo, João Dória anuncia a privatização dos aeroportos do Estado, incluindo o Leite Lopes. Ano passado, o ex-Presidente Temer, através de seu representante Baleia Rossi, prometeu 88 milhões de reais para a ampliação da pista para aviões de carga. Diante do fiasco da promessa, agora o governo do Estado afirma que o dinheiro virá da iniciativa privada. A questão do Leite Lopes é uma antiga falácia de desenvolvimento de Ribeirão Preto, servindo ao oportunismo político há 20 anos. a problemática é grave, pois o aeroporto está encravado em uma das regiões mais povoadas da cidade e repleta de problemas sociais advindos do imbróglio da internacionalização. Para entender melhor esta problemática leia aqui, aqui e aqui.

7. Quais entidades defendemo 'corte' de vereadores?

Essa semana a ACIRP (Associação Comercial e Industrial de Ribeirão Preto), o Sindicato do comércio Varejista de Ribeirão Preto, o Centro Industrial do Estado de São Paulo (CIESP) e um tal de Instituto 2030 anunciaram que são favoráveis à redução de vereadores em Ribeirão Preto. Ou seja, o setor patronal apoia a medida. São os defensores do programa neoliberal privatista mobilizados desde o impeachment de Dilma. Apoiaram Temer e seu programa "Ponte para o Futuro" e apoiara, Bolsonaro e o programa neoliberal de Paulo Guedes. Para eles o Estado deve ser enxuto, inclusive nos serviços de saúde, educação e previdência e atuar apenas na regulação do rentismo. Para isso, reduzir a representação política é um passo estratégico. 

8. Feira de profissões da USP

Acontecerá no dia 31 de maio, no ribeirão Shoppping, a feira de profissões da USP, endereçada aos estudantes pré-vestibular. Ocorrerá um dia depois de uma nova manifestação estudantil em defesa da educação pública e da universidade, seriamente ameaçadas pelo governo Bolsonaro. Seria importante conscientizar futuros alunos e pais sobre a importância da universidade pública e seu papel estratégico para o desenvolvimento do país.

9. Por que a educação vive em crise em Ribeirão Preto?

São 109 escolas e 45 mil alunos (12 mil em creches). Há um déficit, segundo a Aproferp, de 600 professores e 500 inspetores de alunos. Além dos problemas de infraestrutura que já causaram interdição em escolas. Alguns buscam, a partir dessas dificuldades, avançar na agenda de privatização da escola pública, criminalizando, inclusive, o trabalho dos educadores. Mas a realidade é que a crise econômica derivada do projeto neoliberal enfraquece os orçamentos públicos e os serviços públicos. A educação em Ribeirão Preto conta com um orçamento de 546 milhões de reais (deveria ter 100 milhões a mais para equacionar seus problemas) e a saúde tem um orçamento de 650 milhões. Alguns neoliberais adorariam destinar esses recursos ao setor rentista (ah, como gostariam).

10. Meu aluguel, Minha Vida

os governos de Temer e Bolsonaro acabaram com o programa Minha Casa Minha Vida destinado à moradias para a população de baixa renda. O Brasil tem 71 milhões de residências, 13 milhões alugadas e outras 8 milhões sem ocupação, apenas servindo à especulação imobiliária. 7 milhões de brasileiros vivem como sem-teto. Em Ribeirão Preto, essa população é de 50 mil pessoas, em mais de 100 núcleos de favelas/comunidades. Mas, nada de preocupação, pois essa semana o governo Bolsonaro promete lançar o programa Meu Aluguel Minha Vida, ou seja, criar um aluguel social nacional, onde o beneficiário moraria na residência por tempo determinado. Mas ainda não há detalhes do projeto. Aguardemos.

O resumo da semana é uma produção da equipe do Blog O Calçadão

Um comentário:

Unknown disse...

Acabar com o atendimento fisico no INSS,seria o caos.
Também,fechar a agencia dos Correios nos campos Elíseos,vamos usar a agência do centro? Gente,isso não é economizar,é detonar os mais pobres.

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