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quarta-feira, 27 de janeiro de 2021

Repúdio ao Professídio, sem intenção de tumultuar

Por: Luciana Porfirio


A pandemia provocada pelo novo coronavírus (Sars-CoV-2), as restrições no modo de vida de toda população, quer seja pelo isolamento social, quer seja pela adequação aos protocolos e cuidados para aquelas e aqueles que continuaram trabalhando nos serviços essenciais, o acirramento da miserabilidade, o número de contaminados e mortes continuam catastróficos, no mundo, no Brasil e em Ribeirão Preto-SP.

Há novos picos diários de infectados, com hospitais e UTIs em risco de colapso. Somadas as duas ondas da doença, o mundo entrou em 2021 com mais de 84 milhões de infectados, 1,83 milhão de mortos, e o Brasil soma 7,7 milhões de doentes, com mais de 195 mil mortos, isso até o comecinho de janeiro quando desisti de acompanhar esse horror numérico.

A nova variante do vírus que surgiu no Amazonas, já se encontra no Estado de São Paulo, quiçá, em Ribeirão Preto?

Mas, ao invés de governos e prefeituras envidarem esforços para vacinar e imunizar todos o que vemos é uma ode para a volta às aulas presenciais, expondo a população, professores e alunos a contaminação. Sabe-se que uma pessoa, pode contaminar outras 200.

A sanha de governos e prefeituras diante de uma escalada mortífera da doença ao invés de priorizar a imunização de toda população, defender a vida, a justiça social, o direito sanitário, o Estado de direito e a democracia, parece incentivar e contar com o MP para o que estou aqui a chamar de "Professídio" exigindo que estes profissionais exponham suas vidas em salas de aulas e coloquem também a de seus alunos, e estes, de seus familiares e assim sucessivamente.

Eu sei o quanto é triste, melancólico, pesado ver escolas sem alunos, mas também o quanto é doido enterrar pessoas por Covid.

Se aqueles que deveriam defender o direito basilar à vida compactuam com a sanha de administradores, a quem recorrer?

Como será possível alfabetizar crianças com máscaras? Como ficarão os que tem baixa escuta e leem lábios? Que tipo de protocolos serão, efetivamente garantidos? Máscaras e álcool gel? Que eu saiba estão sendo utilizadas desde março de 2020 e a contaminação não cessou.

Então, eu acredito é na Vacina.

É preciso respeitar as vidas que se foram, lutar contra essa doença imunizando a todos, sem exceção. Sem retorno presencial até que todos estejam vacinados é a única forma de garantir vidas e não montando hospitais de campanha e equipando eles com respiradouros porque isso é investir nos sintomas e não na cura.

O vírus já mostrou que uma vez adquirido, as chances são poucas para tantos.
Eu acredito nos esforços científicos mundial, eu sempre acreditei na força deste vírus e em nossa capacidade de ser empatas, de valorizar a vida acima de tudo, mas pelo jeito quem nos administra não.

Iludidos, acreditamos nas instituições jurídicas, cujo direito basilar a ser defendido é a vida, mas aí descobrimos que são só uma parte do teatro de vampiros. Todos os dias quando acordo, eu penso que pode ser só mais um pesadelo, mas não é.

Desejo que possamos sobreviver a tudo isso.

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