Projeto apresentado em 2017 foi aprovado pela Câmara, mas foi suspenso por uma ADI
Para o Blog O Calçadão, 31 de Março de 2022.
Em 2017 a vereadora Gláucia Berenice apresentou à Câmara Municipal de Ribeirão Preto o Projeto de Lei 52/2017 que ‘estabelece diretrizes para "Infância sem Pornografia" no âmbito do município de Ribeirão Preto e dá outras providências. O projeto foi votado e aprovado pela Câmara em 26 de setembro de 2017, mas o prefeito Duarte Nogueira vetou totalmente. O veto foi rejeitado pela Câmara em 28 de novembro de 2017 e deu origem à Lei Municipal 14.101 de 29 de novembro de 2017. Porém, o prefeito determinou por meio do Decreto 327 de 05 de dezembro de 2017 o não cumprimento da lei. Em 2018, o Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo, TJSP, determinou a suspensão da lei por inconstitucionalidade (ADI Nº 2249851-97.2017.8.26.0000) que foi cumprida pelo Decreto Legislativo 37/2018 (Suspende a execução da lei nº 14101, de 29/11/2017, por força de decisão definitiva do egrégio Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo, que a julgou inconstitucional). Na época, o caso teve repercussão nacional (veja aqui).
Independente do não cumprimento da lei cabe ressaltar que o projeto ‘Infância sem pornografia’ foi elaborado pelo procurador Guilherme Schelb. No site do procurador, podemos encontrar o projeto de sua autoria (<https://infanciaefamilia.com.br/projeto-de-lei-municipal-infancia-sem-pornografia/>) que serve de modelo para parlamentares de todo país apresentarem em suas respectivas casas legislativas. Este modelo é praticamente idêntico ao projeto apresentado pela vereadora Gláucia Berenice à Câmara Municipal em 2017 (<encurtador.com.br/lrAMU>) inclusive com as justificativas.
Agora em 2022, a vereadora Glaucia Berenice, propôs um Projeto de Decreto Legislativo (PDL 4/2022) que concede o título de cidadão ribeirão-pretano ao Procurador Regional de Justiça Guilherme Schelb. A prática em si não é irregular. Contudo, dado o contexto atual, a proposição de homenagem ao procurador pode ser considerada eticamente questionável. Será que havia um modelo pronto elaborado pelo procurador? Não sabemos!
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