A SEE exonerou um terço dos dirigentes. A intenção é tratar a educação como empresa. A D.E. de Ribeirão Preto foi uma das atingidas pela medida.
Fotos: Filipe Peres
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Por Fábio Sardinha
A Secretaria Estadual da Educação, sob comando de Rossieli Soares, publicou no Diário Oficial a exoneração de um terço dos dirigentes regionais de ensino, inclusive de nossa cidade Ribeirão Preto.
Segundo a pasta dos 91 gestores, 26 não preencheram os requisitos do novo sistema de seleção para cargos de chefia da pasta. Outros 8 deixarão o posto para se aposentar.
Esse modelo de contratação que é chamado de Líderes Públicos é um programa de avaliação baseado em critérios com foco em gestão no setor público aos moldes das empresas privadas.
Nada mais pernicioso e revelador da falta de compromisso desse grupo político a mais de 24 anos no Estado, que agora assume sua incompetência de gestão da educação com o discurso e prática de passar as mãos de grupos privados esse trabalho.
Será que aceitar que o setor privado indique os
gerenciadores é o melhor ao interesse público?
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Segundo o Secretário com o novo processo não haverá indicação política, mas qual o critério que definiu que essas quatro organizações Fundação Brava, Fundação Lemann, Instituto Humanize e Instituto República são apropriadas para esse trabalho de responsabilidade de gestores públicos?
Houve algum debate com Professores, entidades de educação, estudantes e até Deputados(as) da Alesp para definir se de fato esse é o melhor processo??
Foi levado em conta a estrutura de trabalho dessas dirigentes na sua avaliação?? Em Ribeirão as parte expressiva das unidades está sem verba desde o início do ano e também falta itens básicos na merenda por questões econômicas de responsabilidade da própria Secretaria Estadual, essas questões são levadas em consideração para o trabalho dos dirigentes?
Como responsabilizará gestores se o Governo não consegue manter o básico nas unidades estaduais??
Como falar em plano de ação para melhoria do Ideb e do Idesp se falta itens básicos desde merenda até segurança nas unidades escolares?
O Secretário começaria bem se tivesse um esforço conjuntamente com o Governador para implementar o Plano Estadual de Educação, apresentasse um plano de reposição salarial aos docentes de São Paulo que é o salário mais baixo de todos servidores com curso superior da estrutura pública paulista, implementar a lei do piso conforme legislação vigente e não deixasse faltar o básico nas escolas estaduais com debate aberto e democrático conforme preconiza o pilar da educação pública no item gestão democrática.
Transferir para a iniciativa privada sua obrigação não o faz diferente e muito menos melhor que os últimos Governos Estaduais tucanos, apenas revela a incompetência de tratar questões públicas com aqueles que de fato compreendem essa realidade que são seus funcionários, alunos e toda comunidade escolar e demais entidades da educação.
Fábio Sardinha é professor e Diretor Estadual da Apeoesp.
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