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sexta-feira, 14 de junho de 2019

Comissão dos Direitos Humanos da OAB/RP debate as Fake News na Política e na Imprensa


A mesa de debates sobre as "Fake News" encerraram os 5 dias de debates realizados
pela CDH da OAB/RP na Feira do Livro.
Fotos Filipe Peres


No último evento, em 5 realizados desde o início, realizado durante a 19ª Feira do Livro de Ribeirão Preto, a OAB/RP debateu as Fake News na Política e na Imprensa. Quem mediou a mesa foi o advogado e membro da Comissão dos Direitos Humanos, Edson Oliveira. Além disso, o debate teve como convidados a jornalista Érica Amêndola, do blogue de entrevistas Decote e Diogo Rais, Doutor em Direito Constitucional. 


Diogo destacou a característica de as Fake News se relacionarem com o conceito de pós-verdade, quando as pessoas aceitam os fatos, apenas, quando estes vão de encontro às suas crenças. Quando não, simplesmente ignoram: “o problema com essa descrença faz com que a gente acabe criando verdades próprias. O nome da verdade própria é opinião, não é verdade”.


A população encheu o auditório do Centro Cultural Palace.
Quando questionado sobre a possibilidade de anulação das eleições devido aos vazamentos dos áudios de Whats App pelo site “The Intercept”, entre o então juiz Sérgio Moro e o Procurador Deltan Dalagnol, em que Moro interfere no Ministério Público, direcionando a Lava Jato para a prisão de Lula, tirá-lo das eleições e atacar, diretamente o Partido dos Trabalhadores, Rais disse não acreditar nesta possibilidade: “Eu sou muito contra a ideia de voltar no tempo e fazer suposições. Eu acho que pode ter implicações processuais e políticas em relação às pessoas envolvidas no processo. [...] Agora, a eleição mesmo foi realizada. Ela não foi impugnada no momento correto, mas isso é uma opinião. Eu não consigo, tecnicamente, imaginar que, ao retirar um candidato de uma eleição anularia uma eleição em si”, afirmou.

Sobre como combater as fake news, Diogo afirmou que a única forma de combater as notícias falsas é com a educação, educar digitalmente as pessoas para que estas possam verificar a veracidade daquilo que é veiculado nas redes sociais.

Já a jornalista Érica Amêndola, ao comentar sobre a forma como o “The Intercept” vem divulgando aos poucos os áudios vazados (já se sabe que o material é maior do que o divulgado publicamente no caso Snowden), Amêndola afirmou que o ritmo dos vazamentos pelo site é uma estratégia de guerra pois “está em jogo a credibilidade dos nossos três poderes. [...] É um tabuleiro de xadrez”, afirmou.


Para a jornalista Érica Amêndola, a educação é a melhor forma de se combater a desinformação.


Quando perguntada se a assessoria de imprensa do governo Bolsonaro cumpre o seu papel de informar a população adequadamente a respeito dos projetos, das ações do governo, Érica foi taxativa: “A assessoria de imprensa do governo é faixa branca. A assessoria do governo vai direcionar a informação de forma a apaziguar a informação, a não causa conflito”, e foi mais além, criticando a comunicação do Palácio do Planalto: “Aliás, a comunicação do governo Bolsonaro é o que há de mais trágico. Ele fala uma coisa, o Guedes fala outra. Eles vão tirar os noves fora na hora do café...”

A jornalista chamou atenção para a importância da informação na atualidade. Ela destacou que esta é a principal moeda da sociedade, pois só há massa crítica na população se esta for bem informada. Para Amêndola o único caminho para que se alcance este nível de consciência em relação aos fatos é a Educação e citou a fala de Obama, em recente palestra realizada na cidade de São Paulo: “Ele usou esse termo. Educação não é caridade, um povo educado é um povo que evolui, que faz pesquisa, que faz tecnologia e que, evidentemente, é bem informado. [...] Um povo desinformado é um povo ignorante”. E chamou atenção para o papel do jornalismo, por mais polêmico que seja o tema: “Qual de nós tem a responsabilidade de falar uma verdade, não sonegue esta verdade. Se você tem dúvida, fique quieto”.


No final, Bruno Castro, Presidente da Comissão de Direitos Humanos da OAB/RP agradeceu a oportunidade de ter abordado por 5 dias temas polêmicos da socidade: “Nós estamos muito felizes pela oportunidade de abordar temas espinhosos da sociedade como “Fake News na Imprensa e na Política”, “A crise na Venezuela”, “Violência Religiosa”, “Reforma Política” e “A Educação tem alcançado, realmente, a todos?”.




Veja o vídeo:



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