Mais uma análise pró mercado da Folha de São Paulo Imagem gerada por IA |
Alinhada ao discurso neoliberal, análise prioriza foco no mercado financeiro e deseja maior exclusão social
A reportagem da Folha de São Paulo "Dólar dispara e Bolsa despenca com frustração sobre pacote de gastos" nesta segunda-feira (23) sobre a reação do mercado financeiro ao pacote fiscal aprovado pelo governo de Luiz Inácio Lula da Silva adota uma narrativa centrada nos impactos econômicos imediatos, especialmente no dólar e na Bolsa.
Termos como “frustração”, “incerteza” e “desafiante” dominam o texto, moldando a percepção de que as medidas foram insuficientes para atender às expectativas do mercado. Essa abordagem relega ao segundo plano as implicações sociais mais amplas.
O governo é retratado de forma ambígua, com menções tanto à “direção correta” das medidas quanto à sua “insuficiência” para garantir o equilíbrio fiscal, criando um contraste entre as intenções do Executivo e a avaliação do mercado, reforçada por análises de instituições como o Banco Daycoval e a XP Investimentos.
A dificuldade de “encaminhar medidas impopulares” é apontada como uma barreira estrutural, sublinhando a necessidade de um ajuste fiscal mais rigoroso.
A ausência de pluralidade é evidente na matéria. Não há espaço para vozes alternativas, como economistas que não sigam uma linha neoliberal, representantes de setores impactados pelos cortes ou trabalhadores. Ao priorizar exclusivamente a perspectiva do mercado financeiro, o texto reforça uma narrativa elitista, distanciando-se de uma análise mais inclusiva e abrangente.
Os impactos sociais do pacote fiscal, como cortes em investimentos públicos e possíveis efeitos no emprego são praticamente ignorados.
A linguagem utilizada tenta legitimar a importância do ajuste fiscal, apresentando-o como uma necessidade para a estabilidade econômica do país. No entanto, a crítica à execução “insuficiente” das medidas demonstra o alinhamento do texto com o discurso neoliberal, que prioriza o atendimento das expectativas do mercado financeiro.
A menção a fatores externos, como a política monetária do Federal Reserve e os índices de confiança do consumidor nos Estados Unidos, amplia o enquadramento de crise, reforçando a ideia de que o Brasil enfrenta desafios tanto internos quanto globais.
No geral, a reportagem apresenta reforça a percepção de que o sucesso das políticas econômicas do governo depende de maior alinhamento com as demandas do mercado.
Ao moldar a narrativa dessa forma,
a Folha de São Paulo não só desconsidera os custos sociais das decisões políticas
como também exclui a possibilidade de um debate mais plural e equilibrado sobre
o tema.
Um comentário:
A Folha nunca verá com bons olhos uma política que beneficie os menos favorecidos.
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