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quarta-feira, 18 de janeiro de 2017

Dória executa a agenda da classe média reacionária paulistana! Por Leonardo Sacramento



Então é isso:
1) Dória esconde moradores de rua atrás de telas, e resolve um problema para a classe média paulistana, que odeia moradores de ruas e pessoas "diferenciadas".

2) Dória retira pichações e grafites das ruas, e resolve outro problema para a classe média paulistana, que odeia representações artísticas que não controla feitas fora do círculo oficial, como museus, onde tem livre acesso.
3) Dória se veste de gari e paga uma de pobre, e representa literalmente a classe média paulistana, que odeia pobre mas adora se fantasiar eventualmente de pobre, como quando se fantasia de 'Nega Maluca' no carnaval e chama isso de expressão popular.
4) Ao mesmo tempo, Dória anuncia plano de "privatização" da rede municipal de ensino, reconhecida como uma rede com grandes experiências educacionais para o país, modulando a sua rede à falida rede estadual de ensino. Sem problemas, classe média paulistana não usa escola pública.
5) Ao mesmo tempo, Dória tentou, e ainda tenta, aumentar as tarifas do transporte público, penalizando a periferia, como o promotor e o juiz da ação relataram, respectivamente, na ação e na decisão judicial. Sem problemas, classe média paulistana não usa transporte público.
6) Ao mesmo tempo, Dória quer privatizar a rede municipal de bibliotecas públicas. Como será que uma empresa ganharia dinheiro com uma biblioteca? Três opções: ou se cobra para retirar livros, ou o governo municipal repassa valores acima do atual ou repassa o mesmo valor e a empresa precariza o serviço. Sem problemas, a classe média paulistana hoje é mais afeita a grandes livrarias em shoppings e best sellers sobre Moro e cia LDTA.
7) Ao mesmo tempo, promete por meio da tropa de choque de seu tutor retirar todos os viciados em crack da cracolândia, criando várias cracolândias pela cidade e, de forma rasteira, prometendo o - por enquanto - impossível: internação compulsória, o que faz a classe média paulistana vibrar.
Dória é esperto. Faz exatamente o que a classe média paulistana quer sem pisar na periferia, lugar que tanto Dória quanto a classe média paulistana têm nojo, como têm a um pastel de boteco.

Leonardo Sacramento é professor e Secretário-Geral da Aproferp

Um comentário:

Anônimo disse...

Pois é , Como recebeu a cidade com dinheiro em caixa , ele pode se divertir perseguindo a pobreza.

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