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sábado, 6 de janeiro de 2018

A farsa econômica de Alckmin em São Paulo! Por João Paulo Rilo


São Paulo, governado pelo tucanato há 23 anos, é um Estado endividado, com aumento de mais de 300% em despesas de capital (juros de dívidas) e voltado para uma política privatista e de redução do serviço público.

Abaixo um texto produzido pela assessoria do deputado estadual João Paulo Rilo (PT):


Vejam como são as coisas. O governador de São Paulo convocou a imprensa em uma entrevista festiva, que rendeu longas e acríticas reportagens, para dizer que, ao longo de 3 anos, seu governo atingiu a façanha de economizar, ao todo, 997 milhões de reais. O fato foi alardeado como grande conquista, supostamente atingida por meio de um comportamento austero com o dinheiro público. Numa evidente ação de marketing eleitoral, Alckmin se apresentou como um governante zeloso de seu povo, e apelou para a frase da ex-primeira-ministra britânica Margareth Thatcher: "Não há dinheiro público,
há dinheiro das famílias".
Um verdadeiro espetáculo de escárnio.
Para começar, o Orçamento paulista supera os 200 bilhões por ano, ou seja, mais de
600 bi entre 2015 e 2017, período apresentado por Alckmin aos jornalistas. Portanto,
a grande festa está se dando por conta de uma (suposta) economia de 0,16%. Só a estimativa do CADE do montante desviado pelo cartel dos trens é bem superior a isso, mas, para este debate, vamos ignorar o que se esvai pelos ralos da materialmente comprovada corrupção tucana. Vamos nos ater à jocosa ideia de que trata-se de uma administração que zela pelo "dinheiro das famílias".
Vamos falar sobre como o Hospital Universitário está
 sendo estrangulado até a morte, aliás, morte que é um subproduto do grande estrangulamento das universidades estaduais, que depois de cortarem na excelência,
na qualidade e nos serviços, agora já sequer conseguem cumprir suas obrigações trabalhistas. Vai bem o dinheiro dessas famílias sem 13º e sem assistência médica?
Como está o dinheiro das famílias dos professores, dos policiais, enfermeiros, médicos, enfim, dos servidores do Estado que há pelo menos três anos não recebem SEQUER a reposição da inflação em seus salários? É com este dinheiro que está sendo feita a economia de 0,16%? Como está o dinheiro das famílias dos agentes de organização escolar, categoria que ganha MENOS que o salário mínimo? Ou dos professores temporários que a partir de 2019 voltam a ser obrigados a aguardar DUZENTOS DIAS entre contratos de trabalho? Contratos que serão cumpridos em um número
cada vez menor de salas de aula, já que segue tranquilamente o projeto de fechamento de salas por todo o Estado.
Ah, sim: e a Educação em 2018 terá DE NOVO um montante de investimentos abaixo do mínimo constitucional . Ou, como ele gosta de chamar, vai "economizar".
Para não falar da recente aprovação do PL 920, que congela os gastos sociais primários por dois anos, achatando ainda mais salários e recursos.
Austeridade no bolso dos outros é refresco.
Que diferença impressionante, aliás, é 0,16% em relação ao aumento do custo do quilômetro do mítico monotrilho, que acaba de ter mais um empréstimo aprovado e vai sair – por enquanto! - 351% mais caro do que o previsto. Quando se compara esse
quase bilhão aos 15 bilhões que o governo deu de graça em desonerações para empresas devedoras só em 2017, então, ele fica menor ainda. Preto no branco: esses 997 milhões alardeados são menos do que o governo do Estado dá de troco pra incentivar o uso de agrotóxicos.
Só existe economia quando as obrigações estão cumpridas. Isso está muito longe de
ser o caso do Estado de São Paulo.
Não foi à toa que Alckmin escolheu justamente uma fala de Margareth Thatcher, a
pessoa responsável pelo desmonte do estado de bem-estar social britânico e pelo massacre da classe trabalhadora daquela nação. Pelo menos foi coerente.
João Paulo Rillo
Deputado Estadual pelo Partido dos Trabalhadores

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