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segunda-feira, 8 de julho de 2019

Política: os movimentos para 2020 em Ribeirão Preto

Palácio Rio Branco - Ribeirão Preto
2020 já aparece no horizonte político de Ribeirão Preto e as forças interessadas em disputar o poder na cidade já se movimentam.

O cenário atual para as eleições municipais de 2020 indica quatro campos políticos em disputa. 

Direita e Centro-direita
Representadas pela candidatura do atual Prefeito Duarte Nogueira (PSDB), que tem se animado nos últimos dias com os bons resultados do DAERP e com as obras do PAC Mobilidade (obra aprovada pelo governo federal desde 2013). Nogueira tem desfilado nos últimos dias como candidato à reeleição (certamente contará com o apoio financeiro de parte do PIB da cidade). O discurso de "gestor" estará fortemente presente, inspirado em Dória, além do já tradicional que culpa Dárcy Vera por qualquer problema que por ventura ele não tenha dado conta de "resolver". Por isso, hoje, Nogueira tem um ligeiro favoritismo para 2020. A agenda desse campo é a agenda clássica neoliberal, com enxugamento do Estado e consequente terceirização ou privatização dos serviços públicos.

Centro-esquerda e Centro 

Representados principalmente PSB e PDT, partidos que se movimentam com postura de oposição a Nogueira e que mantém uma proximidade advinda da candidatura de Ricardo Silva em 2016, que disputou o segundo turno com Nogueira. Ricardo fez a transição do PDT para o PSB, partido do ex-Governador e pré-candidato à Prefeitura de São Paulo Márcio França, mas ainda não definiu seu futuro para 2020 apesar de se manter uma figura política popular na cidade e de polarização natural com o atual Prefeito. Essa semana esse campo recebeu acenos do centro, através do pré-candidato do PSD (partido de Gilberto Kassab), o ex-juiz Gandini, que teceu elogios a Lincoln Fernandes (PDT), atual Presidente da Câmara e pré-candidato lançado pelo Presidente nacional do PDT Carlos Lupi na semana retrasada. Na pauta desse campo estará a tradicional narrativa "anti-corrupção", já clássica em eleições, a narrativa social, de caráter um tanto assistencialista, que é característica de Gandini e da maioria dos vereadores, e o mais do que clássico discurso pró-emprego, mas com pouca probabilidade de aprofundamento da crítica sobre o sistema neoliberal vigente e que tanto tem feito de mal ao país e ao povo, ameaçando a retirada dos direitos sociais como previdência, saúde  e educação. 

Extrema-direita
Certamente haverá um terceiro campo, de extrema direita, representado pelo PSL, partido de Bolsonaro e de deputados como Janaina Pascoal, Alexandre Frota e Joyce Hasselmann. Virá com as bandeiras do bolsonarismo lavajatista: anti-petismo, moralismo de caráter religioso-moralista, defendendo o Estado mínimo, a mordaça em professores progressistas e o direito de posse e porte de arma para os cidadãos. Vão tentar ainda surfar na onda reacionária criada desde 2016.

A esquerda

O quarto campo é o de esquerda, representado pelo PT e pelo PSOL (este bog não tem informações sobre o PCdoB). Campo do qual poderá sair uma única candidatura ou duas (hoje o cenário mais provável). Esse campo se caracteriza pela forte oposição ao modelo neoliberal implantado por Temer e continuado por Bolsonaro, além da denúncia do impeachment de 2016 como golpe. O combate à atual proposta de reforma da previdência, por exemplo, também é um posicionamento importante. O PT, especificamente, com um tempo de televisão considerável, não deverá ser procurado pelo campo de centro esquerda em Ribeirão Preto, restando caminhar com um projeto próprio. A tendência é que o partido busque reunificar as forças internas e elaborar um programa político para a cidade, de caráter anti-neoliberal e popular, tentando o reencontro com as bases e com a força eleitoral nas periferias, principalmente diante da grave crise econômica vivida pelo Brasil e pelos trabalhadores. Tanto PT quanto PSOL apostarão em novas lideranças e em figuras importantes do meio acadêmico, jurídico e ativista da cidade. Para o PT, a figura de Antônio Palocci segue sendo um fantasma a ser exorcizado, assim como a inconstitucional Lava Jato, que promoveu uma perseguição política e seletiva a Lula e ao partido e tem sido desmascarada pelas denúncias do Intercept

Enquanto isso, o cenário para vereadores permanece quente com a indefinição do número de vagas, 23 ou as atuais 27. De certo mesmo é que não haverá possibilidade de coligações proporcionais, tendo cada partido a necessidade de lançar uma chapa própria de candidatos a vereador.

Blog O Calçadão

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