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sexta-feira, 7 de janeiro de 2022

MST, organizações e movimentos sociais se despedem de Neusa Paviato

 

Um grande número de pessoas compareceram para se despedir da militante do MST.
Fotos: Filipe Augusto Peres

Com homenagens de familiares, amigos e militantes de movimentos sociais a dirigente do MST SP foi enterrada nesta quinta-feira (6), no Cemitério da Saudade, em Ribeirão Preto

Por Filipe Augusto Peres

Da Página do MST

Na última quinta-feira (6), Neusa Paviato Botelho Lima, da Direção Estadual do MST em São Paulo, foi velada no Velório Samaritano e enterrada no Cemitério da Saudade, em Ribeirão Preto, São Paulo.


Devido ao grande número de pessoas que compareceram para se despedir da militante do MST e do grande número de coroas de flores ofertadas à família por entidades, partidos políticos e movimentos sociais, o velório precisou ser transferido para uma sala maior. 


Durante o enterro, Kelli Mafort, da Coordenação Nacional do MST, em sua fala, afirmou que não se surpreendeu com o grande número de pessoas e homenagens que vieram se despedir de Neusa: “A gente não consegue nem mencionar todas as rosas que recebemos de todas as organizações, não só aqui de Ribeirão Pre­to mas de toda região. A Neusa era uma pessoa querida, não só pelos companheiros de São Paulo mas também conhecida nacionalmente”.


Centenas de pessoas acompanham o cortejo de Neusa até o Cemitério da Saudade.

Militante histórico do MST, Pedro Xapuri chamou atenção para a responsabilidade que o Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra tem de dar sequência às lutas travadas por Neusa durante toda a sua vida, como forma de honrar a sua memória.


Integrando a Direção Nacional do MST, Gilmar Mauro ressaltou as características de Paviato e reforçou que pessoas como Neusa não nos deixam jamais. “Falar da Neusa é falar de uma guerreira. Falar de alguém que conhecemos na década de 90, de alguém que tinha uma energia enorme, uma vontade política enorme. […] Nós não perdemos a Neusa, nós só perdemos aquelas pessoas que um dia foram nossas e se venderam. A Neusa, muito pelo contrário, sempre foi nossa e aqui está e estará em todas as lutas que nós fizermos”.


Militantes abrem bandeiras do MST, de Brasil e de Cuba no enterro.

Filho de Neusa Paviato, falando em nome da família, Luciano Botelho, do setor de direitos humanos do MST resumiu o que moveu a sua mãe durante toda a sua vida nas diversas lutas que travou ao longo de toda a sua trajetória: a solidariedade e o amor ao próximo. “Quem conhecia a minha mãe sabe o coração que ela tinha. Ela colocava como frente da militância dela o amor ao próximo. Em cada lugar que ela passou deixou uma semente, em cada lugar que ela passou foi cultivada esta relação de amor. […] Ela é uma inspiração a todos nós e nos deixou um legado de luta”.


Seguindo a tradição do MST, as falas durante toda a cerimônia de despedida, foram intercaladas por cânticos e poemas, resultando em uma belíssima mística. 


No final da tarde, após o velório, Neusa Paviato Botelho Lima foi enterrada no Cemitério da Saudade sob aplausos efusivos das centenas de pessoas presentes. No final, como em um poema, as flores cobriram o concreto formando um cobertor de primavera em pleno verão de chuvas.

Neusa, Presente!


O túmulo de Neusa Paviato Botelho Lima desaparece embaixo das flores enviadas em sua homenagem.


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