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domingo, 6 de maio de 2018

PT acerta ao manter candidatura de Lula, porque a disputa não é apenas eleitoral!

Lula livre!
Lula candidato!

Não podemos ser inocentes: o Brasil foi golpeado e o golpe está em andamento.

A conjuntura é de resistência para a esquerda e o campo progressista.


O golpe tem as armas na mão. Tem o poder da caneta na política, através da aliança entre o MDB de Temer e o PSDB do 'mercado'. O congelamento de 20 anos dos orçamentos, os cortes sociais e a reforma trabalhista estão em vigor.

O golpe tem o poder jurídico-policial. A aliança entre Globo e lava jato tem sido competente em sequestrar a democracia, subjugando a Constituição através de uma maioria de 6 a 5 no STF.

Apesar de algumas rusgas entre o campo político e judicial do golpismo, com a Globo preferindo trocar Temer por Rodrigo Maia, o golpe segue impondo a sua agenda ao país.

O golpe só não tem duas coisas: popularidade e um candidato forte.

Parte da popularidade do golpe está propensa a votar no candidato proto-fascista, que o próprio golpe alimentou com sua sanha anti-política desde 2013.

Somando os votos do candidato proto-fascista, que até flerta com o 'mercado' soltando aqui e ali uma platitude de cunho neoliberal, e os votos flutuantes entre Alckmin, Marina e Álvaro Dias, uma nova derrota em segundo turno contra Lula é certa.

Por isso o objetivo do golpe em destruir Lula. Tarefa sob a responsabilidade do juiz de primeira instância de Curitiba, que está livre e seguro até para chantagear ministros do STF em entrevista de televisão, ou mesmo para vazar criminosamente áudios da Presidenta da República como forma de interferir na política, como no caso da nomeação de Lula por Dilma em 2016.

A prisão de Lula, por uma condenação política, sem provas, e o seu encarceramento e isolamento político tem a função de tirar Lula do páreo, forçando o campo de esquerda e progressista a fragmentar suas candidaturas e forçando o PT a adotar um 'plano B'.

A conjuntura é adversa.

Só há um ponto positivo nessa luta, que não pode se circunscrever à disputa eleitoral: Lula e o legado de Lula.

Lula é o ponto central da luta anti-golpista.

Por isso a absoluta correção do PT em manter Lula candidato até o limite.

Por hora, não há plano B, nem C, nem D. Só há plano Lula.

É a figura de Lula e a saudade que o povo tem dos governos de Lula, em contraste com a tragédia do desgoverno golpista, que mantém a possibilidade de mobilização popular em torno de uma alternativa anti-neoliberal.

Mas também é preciso ampliar a luta. Trazer novos atores do campo progressista.

Onde está o campo progressista?

Além do PT, PSOL e PCdoB, que já têm candidatos, e para além do conjunto de movimentos sociais e sindicais, já incluídos na Frente Brasil Popular e Povo Sem Medo, há setores do PSB, do MDB ligado a Requião, há um conjunto de pequenos e médios empresários, juristas, artistas, intelectuais e há o PDT de Ciro Gomes.

E há o povo, que votou contra o neoliberalismo em quatro eleições seguidas!

Essa é a hora que o diálogo deve prevalecer. O pior que poderia ocorrer neste momento é intensificar as rusgas e controvérsias dentro do campo progressista.

Ciro Gomes erra?

Sim, na minha opinião, erra!

Ciro pretende caminhar como se fosse o candidato da conciliação, do meio termo. Ataca o golpismo de Temer e PSDB, mas faz finge que não vê o golpismo da Globo e lava jato. Espera, com isso, e com a exclusão de Lula, chegar e ganhar no segundo turno com um programa híbrido entre o neoliberalismo e o desenvolvimentismo.

Mas essa conclusão sobre Ciro indica a hora de colocá-lo na nossa mira?

Não!

Estamos combatendo um golpe duro e que hoje está no controle. Precisamos dialogar e trazer o campo cirista para o lado anti-golpista e não atirá-lo de vez no colo da Globo.

Ainda temos quatro meses pela frente e muita coisa ainda pode acontecer.

Por hora, é Lula livre nas ruas e a sua candidatura à frente, debatendo e mobilizando o povo. Pois somente a mobilização popular junto da luta jurídica e política que Lula está travando pode abrir alguma brecha no golpe ainda esse ano.

Ricardo Jimenez






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