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sábado, 9 de junho de 2018

Fundação Lemann e a direita brasileira: Estado mínimo para um rentismo máximo!

Eles acreditam que somos patos

A Revista Forum traz uma reportagem sobre o patrocínio que o bilionário brasileiro Jorge Lemann está dando a eventos com a participação do Partido Novo e dos movimentos MBL e Vem Pra Rua.

É uma tendência mundial a aproximação entre grandes grupos rentistas e movimentos de direita.

Fazem juntos uma defesa enfática do neoliberalismo e do Estado mínimo, sem esquecer que também promovem, de quebra, um combate contra agendas progressistas e democratizantes como a causa LGBT, a causa feminista e movimentos que lutam por terra e moradia, por exemplo.

Se auto-declaram liberais na economia e conservadores nos costumes.


Apresentam, apoiados na nossa mídia hegemônica, o 'peso dos impostos' como principal argumento para defenderem a diminuição do Estado, as privatizações e a redução dos serviços públicos.

Recentemente também ganharam a adesão de Paulo Skaf (do MDB e da Fiesp)e de Jair Bolsonaro (pré-candidato da extrema-direita).

Defendem um sistema político e econômico, o neoliberalismo, que tem provocado o enfraquecimento dos instrumentos públicos dos Estados nacionais, como os serviços de educação e saúde, e uma brutal concentração de renda (no mundo, o 1% mais rico detém mais de 20% da renda).

Um sistema político e econômico que tem provocado, também, uma brutal concentração da propriedade intelectual e tecnológica, com transferência de recursos do setor produtivo para o setor financeiro, controlando preços e promovendo a desindustrialização em regiões estratégicas, como a América Latina.

Sua defesa da 'redução de impostos' é falaciosa e seletiva.

Querem, na verdade, aumentar a isenção fiscal ao capital rentista e direcionar a economia dos países para a engrenagem de juros que movimenta o capitalismo especulativo.

No Brasil, por exemplo, lucros e dividendos empresariais, a grana que aparece após as vendas dos produtos e serviços, são isentos de imposto de renda. Donos de bancos, por exemplo, chegaram a receber 9 bilhões de reais sem recolherem 1 centavo de imposto.

Ou seja, os muito ricos, que contribuem hoje com uma sonegação anual de cerca de 500 bilhões de reais, contam com paraísos fiscais legalizados dentro do país.

Outra defesa mentirosa é a da tal diminuição do Estado.

O que defendem, de fato, é a diminuição do Estado para a população trabalhadora, ou seja, saúde, educação, moradia, saneamento, aposentadoria. Querem que estes recursos sejam destinados ao setor rentista.

Hoje o Brasil gasta 24% do PIB com aposentadorias e 4% com o SUS, mas gasta 44% com juros e amortizações das dívidas, dinheiro que vai para os rentistas.

E, pelo visto, eles querem mais.

A maior disputa que as foças democráticas e populares enfrentam hoje no mundo é a luta contra o neoliberalismo.

E essa luta não é só pelos fatores econômicos, mas também pelos fatores políticos.

O neoliberalismo tem cada vez mais atacado os valores democráticos.

Nos países onde a soberania popular escolhe projetos anti-neoliberal, os golpes têm sido instrumentos comuns. Como recentemente ocorreu no Brasil.

O desgoverno atual, encabeçado por PMDB e PSDB, causador de desemprego e crise social, é fruto do golpe que contou com o apoio dos muito ricos e dos grupos de direita.

Precisamos defender um Estado eficiente, democrático e que direcione seus instrumentos públicos para planejar e fomentar um desenvolvimento com geração de empregos, educação dos jovens, saúde  e aposentadoria para todos, distribuição de renda e inclusão social.

Precisamos, sim, defender uma nova política de impostos. Uma política tributária justa e inteligente, que pese mais sobre os ganhos do rentismo e menos sobre o setor produtivo e o salário dos trabalhadores.

Não podemos admitir o crescimento de um modelo injusto que só causa enriquecimento de uns em cima do trabalho e da exclusão de muitos, e que defende a manutenção de uma sociedade opressora que exclui da cidadania as minorias e setores mais frágeis da sociedade.

Vamos combater as falácias da direita associada aos grandes grupos financeiros.

Ricardo Jimenez







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