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sexta-feira, 29 de junho de 2018

Kelli Mafort, MST, em Seminário: "A luta contra os agrotóxicos é a luta contra o grande capital"


A coordenadora nacional do MST, Kelli Mafort, participou hoje, no Sindicato dos Químicos, em São Paulo, do seminário "Campanha Permanente contra os Agrotóxicos e pela Vida".

Em sua fala, Kelli destaca a importância de se compreender que a luta atual contra os agrotóxicos tem um forte componente político, pois é também a luta contra os interesses imperativos do grande capital.

Acompanhe o vídeo:



"Precisamos refletir sobre que sociedade é essa nossa que, propositalmente, faz com que bebês nasçam com má formação congênita, que pessoas sejam envenenadas pela boca e que tenhamos 600 mil novos casos de câncer por ano", questionou Kelli.

Segundo Kelli, estamos vivendo um período de crise do capital, uma crise estrutural, que já dura mais de 10 anos e cujas medidas tomadas pelo grande capital têm deixado um grande rastro de destruição.

E essa destruição tem atingido muito profundamente os mais pobres, "principalmente no Brasil, um dos dez países mais desiguais do mundo".

Outra ponta que tem sofrido um grande impacto, segundo Kelli, é a questão ambiental, que muitas vezes é um obstáculo ao avanço do capital.

O agronegócio é o braço do grande capital no campo e o problema dos agrotóxicos está inserido nessa conjuntura. E isso também se relaciona com o golpe de 2016, que tem atacado os direitos dos trabalhadores, a soberania e, claro, a saúde e o meio ambiente.

"Nós precisamos, além de disputar institucionalmente a volta de um projeto popular (no caso das eleições vindouras), nos empenhar num processo de mobilização popular que possa colocar uma pauta da sociedade que se oponha à pauta colocada (pelo golpe) em nosso país", afirmou.

Kelli em sua fala 


Na luta contra os agrotóxicos, na luta pela reforma agrária, notadamente o MST, tem dado exemplos de pautas opostas à pauta do agronegócio.

No Estado de São Paulo há hoje 14 mil famílias assentadas e 5 mil famílias acampadas. 

Juntamente com indígenas, quilombolas e áreas de preservação ambiental, os assentados e acampados sofrem forte pressão do agronegócio, que é especialmente forte em São Paulo.

Os assentamentos buscam resistir e aprofundar a produção agroecológica, como a agrofloresta, por exemplo, lutando contra a falta de financiamento e contra a intoxicação por pulverização aérea, feita pelo agronegócio e que contamina os alimentos e as pessoas.

O MST tem como linha política adotar a agrofloresta como forma de produzir alimentos sem veneno e ao mesmo tempo recuperar o meio ambiente, equilibrando a produção com a sustentabilidade do solo e dos recursos hídricos.

Para mais informações: https://www.chegadeagrotoxicos.org.br

Vídeo e edição Filipe Peres
Reportagem blog O Calçadão

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