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segunda-feira, 7 de agosto de 2017

GOVERNO QUER IMPLANTAR MAIS UM MODELO EMPRESARIAL NA EDUCAÇÃO MUNICIPAL





Por Danilo Valentim

Hoje algumas escolas da Rede Municipal receberam a informação por meio de diretores, que as unidades terão que elaborar o PDCA (Modelo empresarial que gere os processos e relações internos de uma escola: Agir/Planejar/ Checar e Fazer).

Mais um tentáculo da política do atual governo para aprofundar a lógica neoliberal, empresarial e privatista.

Não há nada por acaso na lógica deste governo. Cada proposta e projeto apresentado é um tentáculo e uma sequência de políticas de sucateamento e precarização da educação municipal visando retirar direitos sociais e trabalhistas. Todas elas estão intrinsecamente relacionadas com um projeto maior de poder, que é aumentar as desigualdades sociais e manter o status co. 

Vejamos o quanto as ações deste governo não são isoladas:

• Fechamento da parceria com o Instituto Lemman (Instituto que financia campanhas presidenciais, detém ações da Ambev e da Burgger King);
• Após o fechamento desta parceria coincidentemente inicia-se o processo de chamamento de coordenadores;
• Coordenadores são chamados, e os relatos é de que não poderão exercer funções pedagógicas;
• SME apresenta ou reapresenta o fatídico projeto professor horista;
• Tentativa de retirada do prêmio incentivo dos servidores;
• Governo tenta implantar a ARSERP (Agência Reguladora de Prestação de Serviços) para todos os setores, porém consegue apenas o que a lei prevê, que é para o saneamento básico. Possivelmente um caminho sem volta para a privatização do Daerp ou dos serviços de saneamento básico da cidade;
• Tentativa de fechamento da UBDS central;
• Governo assume em janeiro e adota 30 medidas de austeridades econômica;
• Algumas escolas recebem a empresa Carrefour para aplicar “formação”;
• Algumas escolas recebem visitas do Banco Santander e uma possível realização de parceria;
• Reunião do governo para discutir a educação com grupos do agronegócio;

Estas são apenas algumas das ações deste governo. Poderíamos citar inúmeras aqui. 

Mas voltando ao PDCA não há nada de novidade. É um modelo e estratégia de tornar a escola e os processos que ocorrem dentro dela em uma lógica empresarial, de produção, meritocrático e muito comum dentro dos institutos privados. É a educação sendo tratada como uma linha de produção, mercadológica e de qualidade total.

O interessante é que este modelo está sendo abordado dentro de algumas comissões que estão em andamento.

Paralelamente a tudo isto, o governo investe na retirada de direitos e condições de trabalho. A lógica é construir um discurso e uma política que com “FORMAÇÃO” tudo se resolve, responsabilizando os professores pelo fracasso da educação pública, e o “sucesso” para o governo. 

Vale nos atentarmos que este modelo empresarial, privatista e neoliberal de tornar o processo educacional produtivista, de qualidade total e mercadológico está presente na LDO 2018 (Lei de Diretrizes Orçamentárias) no item GOVERNANÇA, que será aplicado a todos os setores do funcionalismo público da cidade. Ou seja, a linha de pensamento e os objetivos deste governo é:

“Objetivo 01 – Controle de Qualidade Total”

“Neste objetivo propõe-se implantar paulatinamente a Gestão por Processos utilizando-se conceitos, metodologias e ferramentas de gestão moderna de processos, entre elas, CQT – Controle de Qualidade Total e as Normas de Padronização em Qualidade – ISO”

Vejam bem, não é uma interpretação, mas sim está explícito e escrito com todas as letras na LDO. Será um objetivo a ser alcançado e implantado por este governo.

Teremos que continuar organizados, e ampliar a luta e a mobilização. A participação de todos será muito importante para resistirmos aos ataques deste governo.

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