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terça-feira, 15 de novembro de 2016

Temer retoma antigo sonho tucano: privatizar a Petrobrás, BB e CEF!

A velocidade com que o governo Temer, sem voto e sem apoio popular, vai implementando a agenda de desmonte do Estado brasileiro é impressionante.

Sustentado apenas no apoio de parte da classe política, da mídia tradicional e de uma elite econômica que sobrevive de juros, rendas e sonegação fiscal, Temer e seu governo atentam contra o sistema de Previdência, Seguridade Social, Saúde e Educação públicas.


Além disso, toda a infraestrutura nacional vai sendo também desmontada. O pré sal e suas possibilidades de estruturar uma cadeia produtiva e tecnológica de base nacional foi entregue à Shell recentemente, num acordo alinhavado no gabinete de Temer. O BNDES, base do financiamento da indústria, está sendo aos poucos inutilizado como banco de fomento sob a presidência de uma economista tucana.

E agora são o Banco do Brasil e a Caixa Econômica Federal, base do fomento das políticas agrícolas e de moradia popular, que publicam prejuízos enormes e aumentam seus juros acima dos bancos privados, impossibilitando, na prática, suas funções de fomento de políticas públicas.

Há 18 anos, em pleno governo FHC, já se buscava a viabilização da venda de ativos públicos, ou seja, privatizar Petrobrás, BB e CEF.

É, simplesmente, o retorno do antigo projeto neoliberal tucano dos anos 90, a política do Estado mínimo, da flexibilização das leis trabalhistas e do engessamento dos orçamentos públicos para garantir a realização de superávits primários, ou seja, canalizar os recursos públicos para o pagamento de juros das dívidas.

É a mesma política que jogou o Brasil nas garras do FMI, que destruiu a indústria nacional, que fez do país um simples exportador de commodities e que fez explodir o desemprego, a concentração de renda e a desigualdade social.

Os primeiros entes federados que já começam a sentir os efeitos dessa devastação são as Prefeituras, pressionadas pelo aumento na demanda por saúde e educação. Essa pressão logo explodirá nos Estados, inevitavelmente.

O Brasil gasta 45% de tudo que arrecada para pagar dívidas e agora Temer e os tucanos querem congelar investimentos públicos por 20 anos para transformar essa esdrúxula realidade em cláusula pétrea.

É como se uma família que entra em crise momentânea resolvesse cortar a comida e os remédios dos filhos para garantir o pagamento do carnê das Casas Bahia. Todos sabemos que no dia a dia a realidade é outra, todos pensam primeiro em garantir o básico e depois renegociar as dívidas que ficaram em atraso.

Mas no mundo do 'mercado' não é assim. Contando com governos subalternos, o 'mercado' obriga os países a tirar o pão do povo para pagar dívidas e, por aqui, um governo sem voto e apoiado num Congresso corrupto quer constitucionalizar isso por 20 anos!

A realidade mostrará mais uma vez que isso é impossível. Num país do tamanho do Brasil, com suas imensas necessidades, política de Estado mínimo é sinônimo de fome e morte. Não conseguirão mais jogar o povo na valeta da miserabilidade, da exclusão.

O tempo, em breve, dirá.

O Calçadão

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