Por Cristina Perin
Há um ano o Catraca Livre fez uma pesquisa para uma contribuição na Campanha Sem Assédio. O resultado da pesquisa foi que 61% dos homens acreditam que a mulher que se encontra solteira e decide participar de algum bloco de carnaval não pode se manifestar contra as possíveis cantadas de alguns homens, e os outros 49% disseram que carnaval não é lugar para mulher ‘direita’.
A cada dia a mulher tem conquistado e lutado pela igualdade de direitos e principalmente o respeito de simplesmente ser mulher e poder fazer o que qualquer ser humano livre tem direito de fazer. Por mais campanhas de conscientização, palestras, discussões e até a mídia (que muitas vezes se mostra machista em suas propagandas e programas) se esforcem para mostrar a necessidade de uma mudança, a persistência do machismo é algo inegável. E essa mentalidade já ultrapassada, porém resistente, mostra sua força em um dos eventos mais esperados no Brasil: O Carnaval.
A cada dia a mulher tem conquistado e lutado pela igualdade de direitos e principalmente o respeito de simplesmente ser mulher e poder fazer o que qualquer ser humano livre tem direito de fazer. Por mais campanhas de conscientização, palestras, discussões e até a mídia (que muitas vezes se mostra machista em suas propagandas e programas) se esforcem para mostrar a necessidade de uma mudança, a persistência do machismo é algo inegável. E essa mentalidade já ultrapassada, porém resistente, mostra sua força em um dos eventos mais esperados no Brasil: O Carnaval.
O pensamento de "Você está usando essa roupa, então eu posso", "você está sozinha em um bloco de carnaval, então está querendo."... E vários outros pensamentos que seguem um raciocínio de poder e domínio são decorrentes de uma cultura que se mantém forte. E não para somente no assédio verbal ou na "passada de mão". O consumo desse pensamento abusivo se conclui nos altos níveis de estupros que ocorrem nesses dias de "festa". Festa para alguns, pesadelo para outras. O que fazer? As mulheres já estão acostumadas a evitar ou se proteger de alguma forma. Sair em grupos grandes, nunca ficar sozinha, não beber demais. E se por acaso não tomarem esses cuidados a culpa será somente delas, pois já sabiam dos riscos. Será mesmo que a solução dessa problemática é responsabilidade das mulheres?
A culpa é da mulher se ela for assediada ou estuprada? Frases que também ajudam a permanência desse tabu são famosas como: "também, quem mandou?", "mas ela não sabia que era perigoso?". Alem da permissão para o abuso, existe a culpa sobre a mulher e a justificativa para o ato. O abuso de qualquer pessoa que seja nao há justificativa. O comportamento abusivo deve ser recriminado e criminalizado, mas esses pensamentos são tão prejudiciais quanto o próprio abuso em si. Mulheres podem pular carnaval e nem por isso devem ser discriminadas, muito menos abusadas de qualquer forma que seja. Assim como o homem pode sair de casa sem se preocupar se voltará agredido ou abusado, a mulher também deve ter essa segurança. Mas como resolvemos esse problema? Com certeza é na conscientização das pessoas através de mais discussões sobre o tema, é através da informação e incentivo de desenvolver pessoas mais humanizadas, empáticas e com sede de justiça.
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A culpa é da mulher se ela for assediada ou estuprada? Frases que também ajudam a permanência desse tabu são famosas como: "também, quem mandou?", "mas ela não sabia que era perigoso?". Alem da permissão para o abuso, existe a culpa sobre a mulher e a justificativa para o ato. O abuso de qualquer pessoa que seja nao há justificativa. O comportamento abusivo deve ser recriminado e criminalizado, mas esses pensamentos são tão prejudiciais quanto o próprio abuso em si. Mulheres podem pular carnaval e nem por isso devem ser discriminadas, muito menos abusadas de qualquer forma que seja. Assim como o homem pode sair de casa sem se preocupar se voltará agredido ou abusado, a mulher também deve ter essa segurança. Mas como resolvemos esse problema? Com certeza é na conscientização das pessoas através de mais discussões sobre o tema, é através da informação e incentivo de desenvolver pessoas mais humanizadas, empáticas e com sede de justiça.
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Cristina Perin é integrante do Sarau das Combativas.
Sempre discutindo uma temática feminista, o Sarau das Combativas acontece toda última semana do mês, sempre aos domingos, às 16h00, na Praça 7 de Setembro.
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