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sexta-feira, 16 de abril de 2021

 100 dias do 2º mandato do Governo Nogueira

Cidade global e acolhedora


O 2º mandato do Governo Municipal Duarte Nogueira, PSDB, completou 100 dias esta semana. O prefeito lembrou a data publicando em suas redes sociais um vídeo em que profetiza "...falo sempre que os primeiros meses de um governo refletem sempre o que serão os quatro anos".

Se a profecia se concretizar, podemos esperar que este segundo mandato seja marcado por duros ataques aos direitos sociais, aos servidores públicos e desmonte da máquina pública e consequentemente, desmonte dos serviços públicos.

Para quem já esqueceu, o 2º mandato do Nogueirinha começou com acolhimento àqueles que foram destituídos pelas urnas. Nogueira alocou 4 ex-vereadores da última legislatura que não foram eleitos em sua nova gestão: os ex-vereadores Fabiano Guimarães (DEM) e André Trindade (DEM) foram para cargos na pasta de esporte; Rodrigo Simões (PSDB) foi nomeado diretor-presidente da FORTEC, o ex-vereador Ariovaldo de Souza (PSDB), o ‘Dadinho’ (que era suplente e assumiu na legislatura anterior) ocupa agora um cargo na Secretaria Municipal de Assis­tência Social (Semas). Nogueira também acomodou outros candidatos que não foram eleitos no último pleito.

Também no mês de janeiro, Nogueira deu um duro golpe nos serviços públicos municipais. Enviou a Câmara Municipal um projeto de lei que foi votado em regime urgência e, após ser aprovado em votação tumultuada, acabou com os cargos de merendeira de escola dando um passo para a terceirização do serviço de merendas nas escolas.

O mês de fevereiro foi marcado pelo embate com os servidores da educação pela volta às aulas. Embora em janeiro ainda estivéssemos em uma situação relativamente melhor, assistimos atordoados ao colapso do sistema de saúde de Manaus como uma previsão do que poderia vir a acontecer aqui na cidade. Com a criação de comissão de fiscalização na Câmara Municipal que denunciou a falta de estruturas nas escolas e com como o embate chegou na justiça e o governo municipal teve que recuar das atividades escolares presenciais.

No mês de março pudemos assistir a um governo inoperante diante do agravamento da pandemia. A cidade vizinha Araraquara passava por um grande lockdown diante do colapso em seu sistema de saúde devido à variante do coronavírus que colapsou Manaus. Mesmo com a crise diante de seus olhos, o prefeito se recusou a tomar atitudes mais severas no enfrentamento à pandemia. O resultado veio logo em seguida com grande aumento do número de infecções, lotações de hospitais e fila por leitos em UTIs e, consequentemente, aumento do número de mortos.


Em abril, prestes a chegar no fatídico 100 dias, o governo municipal, ao invés de enfrentar a crise sanitária que assola o município, provocando mortes, desemprego, fome e quebra de empresas, resolve propor a reforma administrativa do município, desviando o foco inclusive dos vereadores que poderiam olhar a crise, mas que agora precisam dar atenção à reforma perversa em diversos aspectos, provavelmente inconstitucionais em outros.

 Se esses 100 dias foram difíceis na vida do gestor municipal, como disse Nogueira em seu vídeo publicitário, imagine como foram para os trabalhadores, mulheres e mães que sem emprego e sem renda não tiveram o que dar de comer aos seus filhos; se esses 100 dias foram difíceis para o prefeito, imagine para os donos de comércios, pequenos empresários que tendo que fechar suas portas não tiveram qualquer auxílio; se esses 100 dias foram difíceis na vida do Nogueira, imagine como foram para as centenas de famílias de ribeirão-pretanos que perderam seus entes nessa tragédia prevista e anunciada.

Se esses 100 dias refletirem como serão os próximos 4 anos, não quero nem imaginar o que pode nos acontecer.

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