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domingo, 18 de abril de 2021

A Internacionalização do Leite Lopes é um engodo, afirma Marcos Valério

 

Para Marcos Valério, a retomada do discurso da internacionalização do Leite Lopes como única solução para a existência de um aeroporto internacional na região de Ribeirão Preto é um engodo.


“Para liderança do Movimento Pró Novo Aeroporto Regional de Ribeirão Preto, a internacionalização é inviável ali, naquela região”

Liderança do Movimento Pró Novo Aeroporto Regional de Ribeirão Preto, Marcos Valério, no programa Análise da Semana, do Blog O Calçadão de sexta-feira (16) falou sobre a retomada,por parte do poder legislativo e executivo de Ribeirão Preto,  da discussão “Internacionalização do Aeroporto Leite Lopes” no Jardim Salgado Filho. Para Marcos, depois de 24 anos, os políticos que tentam se apropriar deste debate já sabem da inviabilidade do Aeroporto Internacional no local. Para ele, a retomada desse discurso, a partir do anúncio realizado pelo prefeito Duarte Nogueira (PSDB) de privatização do aeroporto, mascara a incompetência de se discutir seriamente um aeroporto internacional na região de Ribeirão Preto.

“Se fizermos uma retrospectiva para a cidade, nós defendemos a construção de um aeroporto, mas no Leite Lopes nós esgoelamos que ali existem problemas. A demanda de um novo aeroporto em uma nova área, já preconizava o nosso plano diretor em 1995”.

Sobre as promessas de prosperidade prometidas pelo capital, através do discurso oficial municipal, Marcos Valério lembrou que tal fato jamais ocorreu.

“Estranhamente, a elite não migrou para cá. O imbróglio do aeroporto estagnou, travou a área porque como alguém vai investir em uma área se esta não está divulgada com transparência, aonde vai ser desapropriada a área para a implementação deste aeroporto, aonde que vai ser ampliado?”, questionou.

Outro ponto lembrado durante o programa pela liderança do Movimento Novo Aeroporto foi a consequência desta campanha, do discurso de que só ali, naquele local, se é possível realizar o aeroporto internacional. Para Marcos, o fato de terem forçado esse discurso causou grandes áreas vazias em seu entorno, levando o surgimento de grandes comunidades urbanas que, agora, esgarçam a falta de uma política de habitação, uma política populacional em Ribeirão Preto.

[...] (o discurso) “gerou grandes áreas vazias. Por falta de uma política pública, habitacional, essas grandes áreas vazias geradas pelo imbróglio sobre a definição do aeroporto, nós temos muitas comunidades no entorno.

MV ainda salientou que a fábula do “Papai Noel Leite Lopes” é uma construção midiática da imprensa regional do município, como a TV Clube, onde só os depoimentos favoráveis à sua internacionalização naquele local são colocados. Para Valério, nos últimos 24 anos houve uma estratégia de manipulação, de convencimento da população por parte dos grandes meios de comunicação da cidade onde apenas um lado interessado foi levado à público e afirma:

“Vieram grandes campanhas midiáticas como as de TV Clube, ‘O amanhã se constrói hoje’, a Globo no ano 2000, montaram uma comissão de desestatização e colocaram o Secretário Municipal de Planejamento para fazer reuniões com as associações de moradores em torno do aeroporto como parte de uma campanha de convencimento que nós chamávamos de ‘Papai Noel Leite Lopes’ porque eles falavam que iriam desenvolver todo o entorno, que seria uma maravilha, que se valorizariam as casas, os terrenos”.

Marcos lembrou que a “lorota da internacionalização do Leite Lopes” já causou, inclusive, processos na justiça como o caso da licitação ganha pela empresa Tead Brasil, em 2002, onde ganhou-se a licitação para a construção do terminal de cargas, mas por problemas já levantados pelo Movimento Novo Aeroporto Internacional em 1997, não se pôde ampliar a pista cargueira.

“Fazendo uma análise histórica, vale lembrar que teve um terminal de cargas que ganhou uma licitação para construir um terminal no aeroporto sem ter a pista cargueira. Agora, eles entraram na justiça porque tiveram os investimentos dele, lá, e a pista não chegou”.


O caso da Tead Brasil

Valor da Indenização a Tead Brasil mais ação contra o Daesp pode ultrapassar a cifra do Bilhão

Em maio de 2020, em notícia veiculada pela Tribuna Ribeirão (clique sobre o link para relembrar a matéria), informou-se que a empresa pensava em entrar com ação para questionar na justiça a concessão do Leite Lopes devido ao prejuízo que a empresa obteve. Ainda de acordo com a matéria, o presidente da Tead Brasil afirmara que a privatização do aeroporto era prejudicial tanto para a empresa como para o município

Em outubro de 2020, o presidente da Tead Brasil, Carlos Ernesto de Campos afirmou ao ACidadeOn (clique sobre o link para relembrar a matéria) que a empresa solicitaria o ressarcimento dos investimentos realizados no aeroporto. De acordo com Campos, na época, houve um contato com procuradoria da Prefeitura para que uma ação contra o Daesp fosse movida pela perda que a prefeitura tivera por falta de arrecadação. De acordo com o presidente da TB, estes valores são superiores a R$ 1 bilhão.

Para Marcos Valério, a concessão é mais um capítulo que será explorado por políticos do poder legislativo e pelo poder executivo. De acordo com Valério, a estratégia é não deixar a ideia da internacionalização no Leite Lopes morrer, “alimentar a mentira” de que só no Leite Lopes pode-se realizar tal aeroporto. Ainda de acordo com a liderança, o motivo de tal discurso é sempre o mesmo: ganharem dividendos eleitorais.

Marcos Valério em discurso na Câmara Municipal, em 2017. 
Foto: Filipe Augusto Peres/Arquivo Blog O Calçadão



Veja todas as falas de Marcos Valério, na íntegra, no programa Análise da Semana, do Blog O Calçadão, a partir do minuto 56:00, no link abaixo:

Participação de Marcos Valério


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