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quinta-feira, 10 de junho de 2021

Só o confinamento absoluto pode nos salvar

 

É notório, evidente, transparente que a cidade de Ribeirão Preto, assim como o estado de São Paulo, está colapsada com o sistema de saúde notadamente nos cuidados com pacientes de covid-19. 

Não há outra saída à Prefeitura que admitir a situação para efetivamente fazer a única coisa que nos resta do ponto de vista social: o distanciamento completo por 14 a 21 dias, associado ao aumento no ritmo de vacinação. Esta medida é capaz de reduzir em pelo menos 50% o contágio, zerar a fila por leitos de UTIs e reduzir a ocupação para patamares suportáveis às equipes médicas.

Muitas mortes poderão ser evitadas com a implantação de um plano real de combate à covid-19, baseado na ciência e nas experiências de países que conseguiram bloquear a disseminação do novo coronavírus através do protocolo TRIS: Testagem, Rastreio de Contatos e Isolamento com Suporte.

Conforme apuramos pelo Blog O Calçadão junto ao Comitê de Enfrentamento e Combate à Pandemia, até o dia 07/06, quando se decidiu por uma flexibilização da medidas de isolamento, houve um agravamento da situação de leitos no município, chegou a 313 pacientes em estado grave, sendo que no dia 06/06 tivemos a maior taxa de ocupação de leitos da história da pandemia no município até aqui, 97%.

A pergunta que se faz aqui é: se a situação de leitos no município é claramente mais grave, qual a motivação de qualquer medida de flexibilização?

Embora os dados sobre a fila de espera por leitos não sejam objetivos, podemos observar no portal de transparência dos cartórios que no ano de 2020 inteiro tivemos 42 óbitos por COVID fora do ambiente hospitalar, já em 2021, em 5 meses, até aqui já foram 79 óbitos, praticamente o dobro com a metade do tempo. 

De acordo com a Secretaria da Saúde, no boletim epidemiológico divulgado na sexta-feira, 6 de junho, a cidade estava com 4.436 exames sem resultados, dos quais 677 ainda são do mês de março. Ainda segundo o relatório da saúde, os meses de abril, maio e junho, tem respectivamente 959, 1935 e 865 exames represados. 

Além disso, o mês de maio foi o mês que teve maior número de notificados até o momento com 20.201 e também o maior número de exames em investigação 1935. Isso significa que muitas pessoas estão sendo internadas, provavelmente em estado grave sem ter um resultado dos exames.

É imprescindível que a Prefeitura tenha coragem de enfrentar o problema transparência a respeito das medidas tomadas com a disponibilização das informações relacionadas às medidas de forma clara e inequívoca e que faça a Revisão do Plano Municipal de Enfrentamento da Covid-19

Dado o agravamento da situação da COVID em Ribeirão Preto não é o momento de se flexibilizar nada, ao contrário, as medidas tinham de ser mais restritivas para conter a propagação do vírus no município.

As decisões administrativas tem de ser embasadas, portanto, a Prefeitura tem de vir a público explicar para a população porque as medidas foram por um relaxamento frente ao caos. 

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